18 de dezembro de 2024 Doar
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"As pessoas estão morrendo de frio", diz arcebispo sobre situação na Síria

Dom Denys Antoine Chahda, arcebispo de Aleppo, Síria, agasalhado por causa do frio intenso na região | Cortesia.

Dom Denys Antoine Chahda, arcebispo de Aleppo, Síria, lamentou o drama que os cristãos estão vivendo no país em meio a um inverno rigoroso, que atinge temperaturas mínimas de 3 graus Celsius: "As pessoas estão morrendo de frio".

"Estamos morrendo de frio porque não há aquecimento, não há diesel para ligar a água quente, nem para ligar o aquecimento central", disse dom Chahda à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, na quarta-feira (11).

Chahda disse que "a situação em geral é muito feia na Síria, especialmente em Aleppo", e que a população espera "uma reconciliação entre a Turquia e a Síria".

"É isso que estão mandando pela internet, algumas notícias sobre a aproximação dos dois governos. Espero que seja assim, desta forma podemos sair um pouco da situação terrível que estamos vivendo", disse.

A crise social, política e econômica na Síria teve início em 2011, em meio aos protestos da chamada "primavera árabe", que causaram a derrubada de governantes em diversos países da região.

Aos protestos que exigiam a remoção do presidente Bashar al-Assad logo se juntaram grupos terroristas muçulmanos, como a Al Qaeda e o Estado Islâmico, e os combates levaram à guerra civil.

Nesses confrontos, a Síria e países como Rússia e Irã, como aliados, lutaram de um lado e a Turquia do outro lado.

Estima-se que entre 470 mil e 600 mil pessoas morreram como resultado da guerra. Embora os combates tenham diminuído desde 2017 na Síria, a crise social e econômica continua atingindo seus habitantes.

Para o arcebispo de Aleppo, "se a reconciliação for feita e a Síria, a Turquia, o Irã, a Rússia, todas essas pessoas entrarem na conta, então poderemos viver com mais tranquilidade, se Deus quiser".

"Esperamos e eles estão nos prometendo que nestes 20 dias de janeiro deste ano haverá muita mudança no governo sírio, com os ministros, os governadores", continuou.

"Esperamos que assim seja, porque pedimos a ajuda de Deus, rezamos de todo o coração para que tudo o que estamos vivendo seja para o bem do nosso povo", disse.

Chahda disse que a escassez de combustível "não é por causa da Rússia" e da guerra com a Ucrânia, mas que na Síria há "muito pouco, e eles vendem a um preço muito alto".

No mercado negro, disse, "há de tudo, mas muito caro. O preço do governo é bem mais baixo, mas não há. Ninguém pode comprar, esse é o ponto."

Para o arcebispo sírio, "é muito difícil entender o que está acontecendo", e "ninguém sabe, ninguém entende de política aqui".

"Já estamos nessa guerra há 12 anos e nunca conseguimos sair dessa crise horrível. Todo mundo sofre, todo mundo critica e não tem solução", lamentou.

"Até agora não há solução. Nem dos alimentos, nem do sistema de vida, nem de nada. É um problema que estamos vivendo", continuou, "nem as autoridades chegam perto de perceber como as pessoas estão vivendo, nem nada".

Dom Denys Antoine Chahda disponibilizou uma conta bancária para aqueles que podem "apoiar a situação na Síria" com doações:

Chiesa S. María in Campo Marizio
IBAN: VA35001000000048616001
Código BIC: IOPRVAVX
Cuenta: 48616001

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