REDAÇÃO CENTRAL, Feb 3, 2023 / 16:05 pm
Em seu discurso de boas-vindas ao papa Francisco hoje (3), o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, ofereceu retomar as negociações com não signatários de acordo de paz.
O Sudão do Sul, com uma população majoritariamente cristã, tornou-se independente em 2011 do Sudão, que tem maioria muçulmana. Em dezembro de 2013, eclodiu uma guerra civil que culminou no acordo de 2018 com grupos de oposição para estabelecer um governo unificado, que deveria governar o país a partir de 12 de maio de 2019. Entretanto, alguns grupos de oposição não aderiram ao acordo.
Em 2020, a Comunidade de Sant'Egidio, um movimento internacional de leigos nascido em 1968 em Roma baseado na oração, na solidariedade, no ecumenismo e diálogo, interveio como mediadora na chamada "Iniciativa de Roma". Em 12 de janeiro do mesmo ano, estes grupos assinaram a Declaração de Roma, reunindo pela primeira vez todos os partidos políticos do país.
A Comunidade Sant'Egidio mediou a primeira rodada de negociações, com a assinatura do acordo político de Juba, que abriu caminho a um governo de unidade nacional e a redação da Declaração política de princípios.
O período de transição deveria levar o país a eleições em 2023, mas foram adiadas por 24 meses em agosto, por causa da falta de avanços em várias disposições do acordo. No mesmo mês recomeçaram combates entre milícias rivais.
Em novembro do ano passado, o governo anunciou a "suspensão de sua participação nas negociações de paz em Roma", alegando falta de empenho dos grupos de oposição.
Em abril de 2019, o papa Francisco convidou as autoridades civis e religiosas do Sudão do Sul para um retiro espiritual no Vaticano, ao final do qual beijou os pés de quatro dos participantes. Entre eles estavam o presidente Salva Kiir e opositores, os vice-presidentes recém-nomeados Riek Machar e Rebecca Nyandeng.
O presidente Kiir recordou hoje este episódio. Contou que Machar "estava fora do país quando ele nos beijou os pés. Hoje, dr. Riek e eu estamos sentados aqui trabalhando juntos para implementar o Acordo de Paz revitalizado, assinado em 2018", declarou.
"Sua presença entre nós é um marco histórico", disse o presidente ao papa. Além disso, afirmou esperar que os "grupos de resistência" "retribuam este gesto e se comprometam sinceramente conosco para alcançar uma paz inclusiva em nosso país".
Salva Kiir afirmou ter consciência de que nem todos estão satisfeitos com o acordo. Mas, afirmou, "o importante é que nós, partes do Acordo, estamos trabalhando juntos em espírito de diálogo para superar os desafios que enfrentamos, e continuaremos engajados até que a paz esteja firmemente estabelecida no Sudão do Sul".
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