11 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco diferencia a pessoa homossexual e o lobby gay

Papa Francisco durante a entrevista coletiva no voo de volta a Roma | Vatican Media

Durante o voo de volta a Roma, após sua quinta viagem à África, o papa Francisco disse que, quando fala sobre homossexualidade, está se referindo a pessoas com essa tendência e não a lobbies, que "são outra coisa".

Francisco voltou ontem (5) ao Vaticano, depois de visitar a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul de 31 de julho a 5 de fevereiro.

O arcebispo da Cantuária e primaz da Igreja Anglicana, Justin Welby, e o moderador geral da Igreja Presbiteriana Escocesa, Iain Greenshields, que acompanharam o papa Francisco em sua viagem à África, também estavam no voo papal e participaram da entrevista coletiva.

O papa Francisco falou sobre a criminalização da homossexualidade, que é crime no Sudão do Sul.

Para o papa, "a criminalização da homossexualidade é um problema que não deve ser esquecido". Francisco disse que "não é justo" estabelecer penas de prisão contra pessoas com esta tendência.

"Pessoas com tendências homossexuais são filhos de Deus, Deus os ama, Deus os acompanha. É verdade que alguns estão neste estado devido a várias situações indesejáveis, mas condenar tal pessoa é um pecado", disse o papa.

"Não estou falando de grupos, mas de pessoas. Alguns dizem: eles fazem grupos que fazem barulho, estou falando das pessoas, lobbies são outra coisa", afirmou.

"Estou falando das pessoas. E eu acho que o Catecismo da Igreja Católica diz: eles não devem ser marginalizados. Acho que a questão sobre este ponto é clara", disse ele.

Instrumentalização da morte de Bento XVI

Na entrevista coletiva, o papa Francisco também relembrou a relação que teve com Bento XVI, morto em 31 de dezembro, aos 95 anos.

Francisco falou sobre a boa relação que teve com Bento XVI e disse que acha que a sua morte "foi instrumentalizada por pessoas que querem levar água para seu próprio moinho", e que disseram que Bento XVI "estava amargurado sobre o que o novo papa fez".

O papa recordou uma vez que falou "sobre o casamento de homossexuais. O matrimônio é um sacramento e não podemos fazer um sacramento". No entanto, Francisco também se referiu à "possibilidade de garantir os bens" através de uma "lei civil que começou na França".

"Não me lembro de como se chama, mas a lei civil que diz que qualquer pessoa pode fazer uma união civil, não necessariamente de casal", disse ele.

Francisco disse que "uma pessoa que se acha um grande teólogo, através de um amigo do papa Bento XVI, foi até ele e fez a queixa contra mim".

"Bento não se assustou, ele chamou quatro cardeais teólogos de primeiro nível e disse: expliquem-me isso e eles explicaram. E foi assim que a história terminou", disse o papa Francisco.

Francisco disse que "é uma anedota para ver como Bento se movia quando havia uma denúncia", e garantiu que consultou Bento XVI sobre "algumas decisões a serem tomadas. E ele estava de acordo. Ele estava de acordo.".

Acrescentou que há "pessoas que instrumentalizam uma pessoa tão boa, tão de Deus, quase diria um santo padre da Igreja, diria que são pessoas sem ética, que são pessoas de partido, não de Igreja".

Venda de armas e guerra na Ucrânia

Aos jornalistas, o papa Francisco voltou a denunciar a venda de armas dizendo que é "a maior praga do mundo hoje".

Francisco disse que por trás da venda de armas "há interesses econômicos para explorar a terra" e a riqueza das nações que são levadas à guerra.

No caso da África, disse que "o tribalismo não ajuda". No entanto, lembrou que em sua viagem ao Quênia, as pessoas que lotaram o estádio se manifestaram a favor do fim das brigas entre as diferentes tribos.

Francisco também disse que está aberto a se reunir com os presidentes russo e ucraniano, Vladimir Putin e Volodímir Zelenski, para pôr fim à guerra que completará um ano em 24 de fevereiro.

O papa falou dos conflitos na Síria, Iêmen e Mianmar, assim como sobre "o povo rohingya que viaja pelo mundo porque foi expulso de sua pátria". "Em toda parte, na América Latina, quantos focos de guerra existem", disse o papa, que pediu para deter esta "autodestruição" da humanidade.

Por fim, disse que é provável que no próximo ano viaje para a Índia e lembrou que a 29 de setembro estará em Marselha, existindo a possibilidade de dali "voar para a Mongólia".

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"Não está fechado isso, mas é possível. Outra este ano, não me lembro. Lisboa" para a Jornada Mundial da Juventude, disse.

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