23 de novembro de 2024 Doar
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“Voltamos à situação de pobreza extrema”, diz arcebispo sobre a Venezuela

Imagem ilustrativa | David Peterson (Pixabay)

"Voltamos à situação de pobreza extrema", disse o arcebispo de Ciudad Bolívar e segundo vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), dom Ulises Gutiérrez.

Em declarações à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, dom Gutiérrez disse que "a fome é cada vez mais forte, há uma grande necessidade em todos os setores do país".

"Temos seis refeitórios onde são dados 100 pratos de comida por dia a crianças e idosos", disse. Segundo ele, "manter estes refeitórios é extremamente custoso e estamos buscando recursos", a maioria dos quais "vem de fora com o apoio da Cáritas."

Para exemplificar a gravidade da situação no país, o bispo disse que o salário de um médico "é de sete dólares por mês", enquanto "a cesta básica é de 400 dólares".

"É impossível se manter com estes salários de fome", disse.

Depois de mais de 20 anos de ditadura chavista, hoje com Nicolás Maduro no poder, a Venezuela vive uma crise social e econômica que muitos comparam à de Cuba.

Segundo um relatório recente do Observatório Venezuelano Econômico de Finanças, a taxa de inflação anualizada no país foi de 440%.

Dom Gutiérrez disse à ACI Prensa que no país "a economia não melhorou nada, pelo contrário, está piorando".

"Mantiveram a moeda estável, mais ou menos, injetando dólares no Banco Central. Mas isso desmoronou a partir do mês de dezembro", continuou.

Dom Gutiérrez lamentou que atualmente "há 8 milhões de venezuelanos fora do país".

"Recebemos muita ajuda do exterior, mas às vezes é por períodos", disse.

"Infelizmente, a desesperança continua muito forte e há uma grande tristeza na população", disse.

Sobre as eleições presidenciais que devem acontecer em 2024 e que para alguns podem significar o fim do regime chavista, dom Gutiérrez disse que "ainda não há um candidato forte. Também não vemos um horizonte no qual a população volte a ter esperança".

Para o arcebispo, "vemos que a oposição está de acordo com o governo".

"Há alguns líderes que realmente estão contra o governo, mas as pessoas perderam a credibilidade", disse.

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