17 de novembro de 2024 Doar
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Secretário-geral da CNBB destaca papel das “periferias” em assembleia do sínodo

Conclusão da Assembleia Regional do Cone Sul. | CNBB

O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, disse sobre o grupo de participantes da Assembleia Regional do Cone Sul que perceberam que, "além daquelas indicações tradicionais: sacerdotes, diáconos, bispos, leigos e leigas, consagrados e consagradas", foi preciso considerar "abrir uma categoria chamada de periferia".

"Ou seja, todos aqueles grupos de pessoas que não estão usualmente acolhidas pelos modos atuais de ser igreja", como "a população de rua, setor de proteção de menores, a questão carcerária, inter-religioso, pessoal LGBTQIA+, as mães com as crianças. Muito interessante, que estavam ao nosso lado e estiveram o tempo todo e estão nas práticas eclesiais. Mas o fato de vir, de participarem conosco, a partir daí saem novas relações", disse dom Joel Portella hoje (10), em coletiva de imprensa no encerramento da Assembleia do Cone Sul, em Brasília (DF).A Assembleia do Cone Sul discutiu o documento para a etapa continental do sínodo da sinodalidade 2021-2024, convocado pelo papa Francisco. O encontro teve início na segunda-feira (6), com a presença de 186 representantes da Igreja Católica da Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Brasil. Essa foi a quarta e última assembleia regional de encontros que o Conselho Episcopal da América Latina e Caribe (Celam) fez.Com o encerramento das assembleias regionais, a equipe da fase continental vai se reunir nos dias 17 a 20 de março em Bogotá, Colômbia, com os delegados para redigir a síntese continental.

Entre os dias 21 a 23 de março, os secretários gerais, presencialmente, e os presidentes das conferências episcopais, virtualmente, relerão colegialmente a experiência sinodal vivida. O documento final deve ser enviado até o dia 31 de março à Secretaria Geral do Sínodo, que irá compor, junto com os outros seis continentes, a base do Instrumentum Laboris da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá sua primeira sessão em outubro deste ano e a sua segunda sessão em outubro de 2024.Na coletiva de imprensa, dom Joel Portella comentou que ao conversar "com muitos dos representas dos grupos brasileiros", viu que a assembleia foi "na verdade foi uma grande aula de sinodalidade". "Porque comunhão e sinodalidade só se aprende fazendo", disse.O secretário-geral da CNBB disse que, para o Brasil continuar a se integrar nesse processo de sinodalidade, é preciso primeiramente respeitar "as diversidades, em situações eclesiais" e segundo, saber que "é um processo que vem e volta". Ele enfatizou que para isso, o Brasil precisa "manter-se ativo nesse processo de contínua escuta".

"É um caminho que começa e que não tem fim", enfatizou.O secretário-geral adjunto do Celam e coordenador das assembleias regionais, padre Pedro Brassesco, disse estas assembleias regionais são "uma experiência de aprendizagem de uma nova forma de ser Igreja", sendo "mais participativa" e "em comunhão", com o objetivo de que essa missão chegue a todos, "especialmente aos mais pobres".O padre Brassesco também contou que o tema do clericalismo foi debatido "em todas as instâncias e é visto como um tema a ser tratado na Assembleia Sinodal" em outubro deste ano.Para a responsável pelo processo sinodal no Paraguai, Blanca Patricia Palacios, foi importante neste processo de escuta "reconhecer" o papel "como leigos e agentes pastorais" e perceber que estes ajudam no crescimento da fé e permitem "ajudar os outros a crescer para que todos tenham uma voz e um lugar na Igreja".

A presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Sônia Gomes de Oliveira, disse que "a Igreja precisa investir nesse laicato, seja na formação, no processo de comunhão e de responsabilizar o laicato no sentido de dar autonomia para que ele possa ser responsabilizado pelas ações e decisões da Igreja". Sônia Gomes também falou sobre o "papel da mulher na igreja" neste processo de escuta e frisou que a igreja "ouviu os clamores e a escuta de muitas mulheres". "Somos maioria na Igreja e nós precisamos ouvir o clamor; o clamor para ministerialidade; um clamor para a responsabilidade e um clamor para que sejamos reconhecidas nessa igreja", disse.

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