21 de novembro de 2024 Doar
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Católico foge do Paquistão com a família por causa da perseguição religiosa

Markas Masih | Ana Paula Morales (ACI Prensa)

Markas Masih é um católico acusado de blasfêmia no Paquistão e teve que se refugiar na Espanha com a sua família.

Na Cidade do México, onde foi convidado pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre para participar da "Noite das Testemunhas" de 10 a 12 de março, Masih disse que em sua terra natal trabalhava "em uma igreja com a Cáritas e dava palestras sobre como planejar naturalmente a família".

"Dava palestras com minha mulher, que é enfermeira. Às vezes vinham os muçulmanos e eu tive problemas quando viram a minha palestra", disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

Masih disse que esses ensinamentos são contrários ao Islã, "porque eles dizem que você não precisa planejar a família naturalmente", mas "você tem que fazer filhos, porque se Deus tiver mais pessoas, pode dominar mais o mundo".

O Catecismo da Igreja Católica, em seu número 2.368, fala sobre o planejamento natural: "Um aspecto particular desta responsabilidade diz respeito à regulação da procriação. Os esposos podem querer espaçar o nascimento dos seus filhos por razões justificadas".

"Devem, porém, verificar se tal desejo não procede do egoísmo, e se está de acordo com a justa generosidade duma paternidade responsável", diz o catecismo.

No entanto, disse o católico paquistanês, para os muçulmanos isso é contrário ao "islã e contra o Alcorão. É por isso que nos acusaram de que cometemos blasfêmias, de que demos educação contra o Islã".

"Eles nos agrediram, atiraram em nós e tivemos que fugir, protegendo nossas vidas", disse ele.

Mais de 96% da população do Paquistão é muçulmana. A perseguição religiosa contra os cristãos, que representam cerca de 1,3% da população, levou a várias acusações de blasfêmia e sentenças de morte.

As meninas e jovens cristãs correm o risco de serem sequestradas e forçadas a se casar com muçulmanos.

A perseguição sofrida por ele e sua família, disse Masih à ACI Prensa, o levou a fugir primeiro para o Irã, "depois para Dubai e de Dubai para a Espanha".

"Há 15 anos pedi asilo religioso e agradeço ao governo da Espanha que me concedeu", disse.

No Paquistão, observou, a maioria dos católicos "são pobres, não temos tantas oportunidades de trabalhar, ter uma boa educação. E a maioria está limpando a cidade, porque é a única oportunidade que o governo nos dá".

Masih também pediu para rezar pelos católicos de sua pátria, para que "Deus nos dê forças para seguir adiante e exercer como católicos".

"É por isso que fazemos sempre, todos os dias, uma via-sacra. Estamos sempre sob tentação e por causa de nossa fé sempre somos perseguidos", disse ele.

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