21 de novembro de 2024 Doar
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Cardeais pedem destituição de bispos alemães que aprovaram bênçãos para uniões homossexuais

Cardeal Müller e cardeal Burke

Os bispos alemães que votaram a favor de bênçãos de uniões homossexuais e pessoas divorciadas e casadas novamente pela lei civil têm que ser julgados, únidos e demitidos, disse o cardeal Gerhard Müller, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

A decisão foi tomada durante assembleia do Caminho Sinodal Alemão, processo de discussão ente bispos e uma associação de leigos alemães, que pretende propor mudanças no exercício do poder na Igreja, no sacerdócio, no papel das mulheres na Igreja e na moral sexual.

O cardeal Gerhard Müller, alemão, e o cardeal Raymond Burke, americano, criticaram os bispos alemães e pediram que sejam punidos numa entrevista no programa "The World Over with Raymond Arroyo" da EWTN, grupo de comunicação católica a que pertence ACI Digital, transmitido na quinta-feira (16).

"Deve haver um julgamento, devem ser punidos e devem ser destituídos de seus cargos se não estiverem se convertendo e não estiverem aceitando a doutrina católica", disse o cardeal Müller na entrevista. "É muito triste que a maioria dos bispos tenha votado explicitamente contra a doutrina revelada e a fé revelada da Igreja Católica e de todo o nosso pensamento cristão, contra a Bíblia, contra a Palavra de Deus na Sagrada Escritura e na tradição apostólica e na doutrina definida da Igreja Católica".

Müller disse que os leigos e os bispos que apoiaram essas resoluções no Caminho Sinodal Alemão são "influenciados por essa ideologia LGBT e 'woke', que é materialista e niilista".

LGBT é a sigla de "lésbicas, gays, bissexuais e transexuais" e "woke" dá nome à agenda da esquerda contemporânea, que não mais se ocupa de problemas da classe trabalhadora, mas sim da promoção da ideologia de gênero, do lobby gay e do feminismo radical.

"É absolutamente blasfemo abençoar essas formas de vida que são, segundo a doutrina bíblica e eclesial, um pecado, porque todas as formas de sexualidade fora de um matrimônio válido são pecado e não podem ser abençoadas", disse Müller. "Se você olhar para a Bíblia, é absolutamente só o matrimônio entre um homem e uma mulher, que estão unidos no amor de corpo e alma e têm a possibilidade [de] se tornarem pais e mães e fundar uma família".

O cardeal Burke pediu que a Santa Sé puna os bispos que votaram para abençoar as uniões homossexuais por seus crimes.

"Seja um afastamento, um ensinamento herético e uma negação de uma das doutrinas da fé, ou apostasia no sentido de simplesmente afastar-se de Cristo e de seus ensinamentos na Igreja para abraçar alguma outra forma de religião, estes são crimes", disse Burke. "Quero dizer que são pecados contra o próprio Cristo e, obviamente, de natureza mais grave. E o Código de Direito Canônico estabelece as devidas sanções".

O cardeal alertou que a Igreja está sendo "usada" para promover uma agenda ideológica.

"São invenções humanas, ideologias humanas que estão sendo promovidas, e a Igreja está sendo usada", acrescentou Burke. "E o que isso faz é transformar a Igreja numa espécie de agência humana, quase como uma agência governamental que está sendo manipulada para promover certos programas e certas agendas. Portanto, temos que acordar para o que está acontecendo".

"Dá para perceber que em muitas destas conversas nunca se escuta o nome de Nosso Senhora", disse Burke. "Nunca se escuta falar do que o Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensina, do que ele nos pede. Portanto, é uma situação muito grave."

O cardeal também respondeu à fala de Arroyo, apresentador do programa, de que "aqueles que se opõem a estas reformas são frequentemente ridicularizados como sendo contra o papa".

"Somos nós que amamos o papa e tentamos ajudá-lo a cumprir sua missão, enquanto essas pessoas que simplesmente ignoram o que Roma lhes diz, o que a Sé de Pedro lhes diz, mostram que não o respeitam, o que quer que sejam, são de fato inimigos do papa. Acho que está claro que qualquer pessoa sensata pode ver isso", disse ele.

O cardeal Burke disse que o papa Francisco "às vezes diz coisas muito claras e alinhadas com os ensinamentos da Igreja sobre esses assuntos". "O que os agentes da revolução fazem é simplesmente ignorar essas declarações e pegar outras nas quais ele parece ser favorável".

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