22 de dezembro de 2024 Doar
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Um bispo de Hong Kong vai à China continental pela primeira vez em 30 anos

O bispo de Hong Kong, dom Stephen Chow. | Província Chinesa da Companhia de Jesus

O bispo de Hong Kong, o jesuíta dom Stephen Chow, chegou ontem (17) a Pequim, capital da China. É a primeira visita de um bispo de Hong Kong à China em 30 anos.

Dom Chow, nomeado pelo papa Francisco, foi ordenado bispo em dezembro em 2021.

O bispo jesuíta, de 63 anos, ficará cinco dias em Pequim a convite da diocese local.

Hong Kong, até 1997 uma possessão britânica, é uma região administrativa especial da China. Graças ao tratado entre o Reino unido e a China para a devolução do território à China, os cidadãos de Hong Kong continuaram desfrutando das liberdades civis que incluíam a liberdade de culto.

Com a aprovação da nova lei de segurança em 2020, essas liberdades foram drasticamente diminuídas e teme-se uma perseguição aos católicos como a que acontece na China continental desde o estabelecimento do regime comunista em 1949.

Segundo a Associated Press, o bispo de Hong Kong encontrará o bispo de Pequim, dom Joseph Li Shan. Ele também visitará o seminário nacional da Igreja Católica na China e rezará uma missa na Igreja de Xuanwumen.

O bispo visitará também o túmulo do padre jesuíta Matteo Ricci (1552-1610), um dos primeiros membros da Companhia de Jesus a viver na China.

Tensões com a Santa Sé

A viagem de dom Stephen Chow acontece duas semanas depois de dom Joseph Shen Bin, bispo de Haimen, ter sido nomeado bispo de Xangai pelo Conselho Episcopal Chinês, uma conferência episcopal controlada pelos comunistas.

A nomeação não foi sequer comunicada à Santa Sé.

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, disse em 4 de abril que "a Santa Sé tinha sido informada dias atrás da decisão das autoridades chinesas" de transferir dom Shen Bin de Haimen para Xangai, e "soube pela mídia da tomada de posse esta manhã".

Bruni disse que não tinha nada a dizer acerca da avaliação da Santa Sé sobre a transferência do bispo.

Esta nomeação seria uma violação, por parte da China, do acordo assinado com a Santa Sé para nomear bispos, aprovado em setembro de 2018 e que foi renovado em 2020 e 2022. Os detalhes do mesmo não foram divulgados.

Em entrevista à EWTN Notícias em março, dom Richard Paul Gallagher, secretário de Relações com os Estados da Santa Sé, disse que o acordo com a China foi o resultado de "uma negociação de 30 anos" que ocorreu "sob três pontificados".

Nesse processo, "o objetivo era conseguir o melhor acordo possível, e certamente este não é o melhor acordo possível", disse.

O acordo foi criticado em várias ocasiões pelo cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong.

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