21 de novembro de 2024 Doar
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"A paz é uma flor frágil", o presente simbólico do papa ao primeiro-ministro da Ucrânia

O papa Francisco recebe o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, no Vaticano | Vatican Media

O papa Francisco recebeu o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, em audiência hoje (27), véspera de sua visita apostólica à Hungria, onde ficará mais próximo do conflito que abala o coração da Europa.

Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, a audiência privada com o papa aconteceu na Sala da Biblioteca do Palácio Apostólico Vaticano e durou 30 minutos.

Na tradicional troca de presentes, o papa presenteou o primeiro-ministro ucraniano com uma peça em bronze moldada com uma flor desabrochando com a inscrição "A paz é uma flor frágil".

O papa entregou-lhe alguns documentos de seu Magistério, o livro "Uma Encíclica sobre a Paz na Ucrânia" e o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020.

O primeiro-ministro ucraniano presenteou o papa com um jarro de cerâmica na forma de um galo, que sobreviveu a um bombardeio perto de Kiev, e espigas de trigo da Ucrânia, além de um livro de fotos sobre a guerra em curso e a resistência do povo ucraniano.

Um comunicado da Santa Sé informou que, após o encontro com o papa, Denys Shmyhal se encontrou com o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e com o secretário para as Relações com os Estados, dom Paul Richard Gallagher.

O comunicado oficial diz que durante as conversações feitas na Secretaria de Estado foram destacadas as várias questões relacionadas "à guerra na Ucrânia, com especial atenção ao aspecto humanitário e aos esforços para restaurar a paz".

"No mesmo contexto, também foram discutidos vários temas relativos à vida e à atividade das Igrejas no país", conclui o comunicado da Santa Sé.

Este é o segundo encontro no Vaticano entre o papa e o primeiro-ministro ucraniano. O primeiro foi em 25 de março de 2021, quando ainda não havia ocorrido a invasão russa da Ucrânia.

O papa Francisco fez vários apelos aos responsáveis pelas nações, para que assumam um compromisso concreto de acabar com o conflito, chegar a um cessar-fogo e iniciar negociações de paz. Os mesmos argumentos estarão no centro da viagem apostólica do papa a Budapeste (de 28 a 30 de abril) e do diálogo com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.

O papa se encontrará com alguns dos 35 mil refugiados ucranianos que estão na Hungria depois que mais de dois milhões de pessoas fugiram pelas fronteiras orientais do país no início da invasão russa. Francisco já manifestou seu apreço pelo acolhimento da Hungria aos refugiados ucranianos.

Esta é a viagem que aproxima o papa Francisco do conflito na Ucrânia. "Estaremos a apenas alguns quilômetros da fronteira com a Ucrânia", disse o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, a repórteres esta semana. "É claro que podemos esperar palavras sobre a dor por este conflito e a busca pela paz".

O itinerário do papa inclui uma parada em uma igreja greco-católica que atendeu refugiados. A Igreja greco-católica é uma congregação de rito oriental que reconhece a autoridade do papa.

Ao concluir a oração do Regina Caeli no domingo (23), o papa pediu aos fiéis que rezem por sua 40ª viagem apostólica.

"Será uma oportunidade para voltar a abraçar uma Igreja e um povo que me são tão queridos. Será também uma viagem ao centro da Europa, sobre a qual os ventos gelados da guerra continuam a soprar, enquanto a deslocação de tantas pessoas coloca na ordem do dia questões humanitárias urgentes", disse.

"E não nos esqueçamos dos nossos irmãos e irmãs ucranianos, ainda afligidos por esta guerra", acrescentou o papa Francisco, que expressou seu apoio ao povo ucraniano em várias ocasiões após a invasão russa.

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