13 de dezembro de 2024 Doar
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Santa Sé diz que a Rússia e a Ucrânia sabem da missão de paz mencionada pelo papa

Cardeal Pietro Parolin | Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão cientes da "missão" de paz lançada pela Santa Sé, à qual o papa Francisco se referiu durante a coletiva de imprensa após sua viagem apostólica à Hungria.

O cardeal Parolin mostrou sua "surpresa" com as reações da Rússia e da Ucrânia, cujos porta-vozes negaram conhecer as informações do papa Francisco.

Durante a coletiva de imprensa no voo de volta a Roma após sua viagem apostólica à Hungria no domingo (30), o papa respondeu a perguntas sobre a guerra na Ucrânia e reiterou a disposição da Santa Sé de ajudar a alcançar a paz.

"Eu estou disposto. Estou disposto a fazer o que for preciso. Além disso, uma missão está em andamento agora, mas ainda não é pública. Vamos ver como... Quando for pública eu direi", disse o papa Francisco.

Negativa da Rússia e da Ucrânia

As reações às declarações do papa Francisco não demoraram a chegar. Na terça-feira (2) o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, negou estar ciente da iniciativa, informou a agência de notícias russa Interfax.

Em declarações à CNN, fontes da presidência ucraniana uniram-se à posição da Rússia e disseram que "se estas conversações estão acontecendo, estão ocorrendo sem o nosso conhecimento ou sem a nossa bênção".

Santa Sé confirma o que disse o papa

A um grupo de jornalistas em Roma, o cardeal Parolin manifestou a sua "surpresa" com as reações dos dois países em guerra, informou o Vatican News na tarde de ontem (3).

"O papa disse que haverá uma missão que será anunciada quando for pública e eu repito as mesmas expressões que ele usou", disse o cardeal.

O cardeal preferiu "não entrar em detalhes", embora tenha dito que ficou "surpreso" com as reações de Kiev e de Moscou já que, segundo ele, ambos os países "estavam e estão cientes".

"Vocês sabem como é, em meio aos labirintos da burocracia, pode ser que as comunicações não cheguem onde deveriam chegar. Mas as minhas são apenas interpretações, eu sei que ambas as partes foram devidamente informadas", disse.

Sobre a recusa dos países envolvidos, o cardeal Parolin declarou não saber "a que motivação ou raciocínio responde" e confirmou que esta iniciativa "será realizada".

Encontro com o metropolita Antonij de Volokolamsk

Após a audiência geral de ontem (3) o papa Francisco saudou o metropolita ortodoxo russo Antonij de Volokolamsk.

Esta é a primeira visita do representante ortodoxo após sua nomeação em junho passado como sucessor do metropolita Hilarion, com quem o papa se encontrou também durante sua visita a Budapeste.

O metropolita Antonij de Volokolamsk, presidente do Departamento para as Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou, estava sentado na audiência geral junto com o cardeal Lazarus You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero.

O cardeal Parolin falou que este encontro "não tem nada a ver" com esta missão. Segundo o cardeal, "se enquadra nas comunicações normais que existem também com os chefes dos Dicastérios da Cúria Romana".

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