5 de dezembro de 2024 Doar
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Após protestos, TikTok repõe conta que promove filme sobre famoso ativista católico chinês

Jimmy Lai. | Captura de tela do Youtube do documentário

Após protestos públicos sobre a aparente censura de um novo documentário sobre Jimmy Lai, um católico defensor da democracia preso em Hong Kong, o TikTok anulou a suspensão da conta do produtor do filme, o Acton Institute.

Um porta-voz do TikTok disse ao Wall Street Journal na noite de quarta-feira (3) que a conta do instituto "foi removida por engano e está disponível novamente na plataforma".

A CNA, agência em inglês da EWTN, pediu mais explicações ao TikTok, mas não teve resposta até a publicação desta nota.

O presidente emérito do Acton Institute, padre Robert A. Sirico, produtor executivo do filme e amigo de Jimmy Lai, criticou a suspensão num tuíte publicado na quarta-feira (3).

"Isso é deplorável e previsível. No entanto, a verdade tem um jeito de enterrar [seus] coveiros", escreveu o padre.

O TikTok é propriedade da ByteDance, uma empresa com sede em Pequim que teria vínculo com o governo chinês.

Atualmente, a empresa tenta se defender dos esforços bipartidários no Capitólio dos EUA para restringir ou banir completamente o TikTok no país norte-americano, em meio a preocupações com a privacidade e segurança dessa rede social.

O Acton Institute é um think tank com sede em Grand Rapids, Michigan, cuja missão é "promover uma sociedade livre e virtuosa caracterizada pela liberdade individual e sustentada por princípios religiosos".

Seu documentário "The Hong Konger: Extraordinary Struggle for Freedom" (O homem de Hong Kong: Jimmy Lai e sua extraordinária luta pela liberdade) teve mais de 1,3 milhão de visualizações desde sua estreia em 18 de abril no YouTube e no site freejimmylai.com.

O Acton Institute usou sua conta TikTok para publicar vídeos curtos e outros conteúdos para promover o filme.

"Em pouco mais de uma semana, chegamos a mais de 4 milhões de visualizações de nosso conteúdo TikTok, 64 mil 'curtidas' e mais de 27 mil seguidores", disse o porta-voz da Acton, Eric Kohn, em um dos vários tuítes que ele publicou na quarta-feira detalhando as ações do TikTok.

Kohn disse que, na primeira semana, a plataforma retirou um dos vídeos por "conteúdo violento e gráfico", pois mostrava a polícia de Hong Kong "atirando gás lacrimogêneo e espancando manifestantes nas ruas".

"Apelamos dessa decisão, observando que esse conteúdo foi compartilhado em muitas outras plataformas de mídia social sem nenhum problema", escreveu Kohn, acrescentando que o vídeo foi reposto em poucas horas.

No entanto, lamentou, a conta foi encerrada abruptamente na terça-feira (2).

"Não recebemos nenhum aviso. Não fomos avisados. Não recebemos nenhuma explicação. Mas sabemos o porquê", tuitou Kohn. "Os pagadores do TikTok no Partido Comunista Chinês não querem que as pessoas saibam a verdade sobre #Jimmylai e #HongKong".

Kohn tuitou na quarta-feira que a conta do Acton Institute foi "parcialmente restaurada", mas observou que dois de seus vídeos foram removidos por violar as "diretrizes da comunidade".

Quem é Jimmy Lai?

Lai é um empresário dos meios de comunicação de 75 anos, convertido ao catolicismo e um ativista pró-democracia.

Ele está preso em Hong Kong por participar de uma vigília para comemorar o massacre de Tian'anmen em Pequim em 1989, bem como uma condenação por fraude em dezembro de 2022.

Lai deve ser julgado em setembro por outras acusações relacionadas à segurança nacional e pode enfrentar uma sentença máxima de prisão perpétua.

Jimmy Lai nasceu em Canton, China, em 1947. Ele foi para Hong Kong aos 12 anos e começou a trabalhar em uma fábrica de roupas. Depois se tornou um importante empresário dos meios de comunicação.

Ele fundou a revista Next e o jornal Apple Daily. Foi preso várias vezes e detido pelo governo comunista chinês em abril de 2021.

Lai foi a primeira pessoa de alto escalão acusada sob a nova lei de segurança nacional de Hong Kong, supostamente por "conspiração com potências estrangeiras". 

A fé católica de Jimmy Lai foi fundamental em sua decisão de permanecer em Hong Kong e lutar pela democracia. A este respeito, ele disse: "Se eu for embora, eu não só renuncio ao meu destino, eu renuncio a Deus, eu renuncio à minha religião, eu renuncio ao que acredito".

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