19 de dezembro de 2024 Doar
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Passarela em Aparecida (SP) vai homenagear dom Aloísio Lorscheider

Dom Aloísio Lorscheider. | Captura de tela.

A passarela sobre a rodovia BR-488, em Aparecida (SP) agora se chamará "Passarela dom Aloísio Lorscheider", que foi arcebispo de Aparecida de 1995 a 2004. A lei que dá o nome dele à passarela foi sancionada ontem (11) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Dom Aloísio Lorscheider, nascido em Estrela (RS) em 1924 era padre da Ordem dos Frades Menores. Em 1962 foi nomeado bispo de Santo Ângelo (RS) pelo papa João XXIII. Em 1973 tornou-se arcebispo de Fortaleza (CE).

"O Nordeste, o Ceará foram" para dom Aloísio "uma grande escola", escreveu o bispo emérito de Limoeiro do Norte (CE), dom Manoel Edmilson da Cruz em texto publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Lá, diz dom Manoel, "ele viveu de verdade a Teologia da Libertação: no contato com as favelas; escutando as pessoas; hospedando em sua casa camponeses analfabetos e desdentados, almoçando com eles à sua mesa, vivenciando integralmente a evangélica opção preferencial, não excludente, pelos pobres; assumindo atitudes coerentes nos pátios de fábricas, entre trabalhadores em greve; no meio das favelas e das ocupações, diante da polícia em caso de despejos".

Em 1970, quando era secretário-geral da CNBB, foi preso pela ditadura militar. Entre 1971 a 1978 Lorscheider presidiu a CNBB.

Ele também foi presidente da Cáritas Internacional, de 1974 a 1976, e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), de 1976 a 1979. Também em 1976, dom Aloísio foi criado cardeal pelo papa são Paulo. Em julho de 1995, papa João Paulo II o nomeou arcebispo de Aparecida (SP).

Em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo de 17 de abril de 2005, dom Aloísio disse "que João Paulo II se transformaria no adversário irredutível da colegialidade na organização da igreja, que trabalharia tão incansavelmente para retirar o poder das conferências episcopais, centralizando todas as decisões na Cúria Romana".  Para ele, "marginalizaram-se os bispos que poderiam dar opiniões mais fortes e se retirou muito do poder da igreja de intervir na realidade prática de cada país".

 

 

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