21 de dezembro de 2024 Doar
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Defensores da liberdade religiosa condenam cativeiro prolongado de cristã nigeriana

leah sharibu aos 15 anos. | fundação acn

A Comissão Internacional dos EUA para a Liberdade Religiosa (USCIRF, na sigla em inglês), considerou "inaceitável" o cativeiro prolongado de Leah Sharibu, a única estudante que não foi libertada do sequestro de meninas de uma escola de Dapchi, Nigéria, em 2018.

Leah era uma das 110 meninas sequestradas do Colégio de Ciência e Tecnologia do governo de Dapchi, no estado de Yobe, supostamente por membros do grupo terrorista islâmico Boko Haram em 19 de fevereiro de 2018.

 

As outras meninas foram libertadas no mês seguinte, em 10 de março de 2018. Leah, com 14 anos à época do sequestro, não foi libertada por se recusar a se converter ao islã.

 

Em comunicado divulgado no domingo (14), os funcionários da USCIRF instam o governo dos EUA a "fazer tudo ao seu alcance para pressionar o governo nigeriano a agir".

 

"Leah Sharibu tragicamente passou a maior parte de sua adolescência em cativeiro por se manter fiel às suas crenças religiosas", lamenta o comissário da USCIRF, Frederick A. Davie, no comunicado divulgado no dia em que a nigeriana completou 20 anos.

 

Davie culpa o governo liderado por Muhammadu Buhari. "As autoridades nigerianas fizeram pouco progresso para garantir sua libertação".

 

"Isso é inaceitável, e o governo dos EUA deve fazer tudo ao seu alcance para pressionar o governo nigeriano a agir", diz o comissário.

 

 

Na declaração do domingo (14), os funcionários da USCIRF dizem, em referência ao Estado Islâmico na África Ocidental (EIAO), que estão "extremamente desapontados com o fato de o governo nigeriano continuar em falta com a senhorita Sharibu e com as milhares de mulheres e meninas sequestradas pelo EIAO ou pelo Boko Haram por não fazer do resgate delas uma prioridade."

 

Quando as outras meninas foram libertadas em março de 2018, o presidente Buhari garantiu que seu governo não cederia em seus esforços para trazer Leah de volta para casa em segurança.

 

"Leah Sharibu é apenas um dos milhares de cristãos e membros de outras comunidades religiosas que foram alvos por causa de sua religião ou crença e submetidos à violência horrível na Nigéria", diz o comissário da USCIRF Frank Wolf.

 

Wolf ainda diz que "o governo dos EUA deve levar essas ameaças mais a sério e responsabilizar o governo nigeriano por tolerar tais violações indescritíveis cometidas pelo EIAO, pelo Boko Haram e por outros."

 

"O Departamento de Estado deve designar a Nigéria como um país de preocupação particular (CPC, na sigla em inglês) e nomear um enviado especial para a região", acrescenta.

 

Vários relatórios indicam que o Boko Haram foi responsável por ataques e sequestros em escolas nigerianas.

 

"O EIAO e o Boko Haram representam dois dos mais flagrantes violadores dos direitos de liberdade religiosa na Nigéria. Diante da violência extrema, as forças de segurança nigerianas falharam rotineiramente em lidar com as alegações de parcialidade e inação", dizem os funcionários da USCIRF no comunicado do domingo (14).

 

Eles observam que o governo nigeriano também "falhou em abordar suficientemente os condutores da violência e do extremismo, inclusive contra comunidades religiosas, em seu país, apesar do significativo apoio financeiro dos EUA. As autoridades nigerianas até mesmo mantêm vários indivíduos presos por expressarem suas próprias crenças religiosas e visões de mundo".

 

Funcionários da USCIRF também publicaram relatórios recentes sobre leis de blasfêmia e violência que afetam a liberdade religiosa na Nigéria e realizaram uma audiência sobre liberdade religiosa e política dos EUA na Nigéria em 2022.

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