17 de novembro de 2024 Doar
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O anúncio missionário não é proselitismo, diz o papa Francisco

O papa Francisco recebe os Clérigos Regulares da Ordem de São Paulo hoje (29 | Vatican Media

"O anúncio missionário não é proselitismo", disse o papa Francisco ao receber hoje (29) os membros dos Clérigos Regulares de São Paulo, conhecidos como Padres Barnabitas.

No Palácio Apostólico do Vaticano, o papa saudou os três colégios formados por padres, religiosas e leigos que seguem o carisma de santo Antônio Maria Zaccaria, idealizador da festa "A Adoração das 40 horas", por ocasião dos 125 anos de sua canonização.

O papa confirmou que, na experiência do próprio são Zaccaria, que foi médico e padre italiano, a base da missão é "correr para Deus" e manter "uma forte relação com o Senhor Jesus". E disse: "Sem isso, nada temos a anunciar, nem um destino para o qual caminhar juntos".

"Eu tive uma experiência ruim com isso em um encontro de jovens alguns anos atrás", contou o papa Francisco.

"Saía da sacristia e havia uma senhora, muito elegante, dava para ver também que era muito rica, com um menino e uma menina. E esta senhora, que falava espanhol, disse-me: 'Padre, estou feliz porque converti estes dois: este vem de tal lugar e esta vem de tal outro'", continuou o papa.

"Eu fiquei chateado e lhe disse: 'Não converteste nada, faltaste com o respeito com essa gente: não os acompanhou, fez proselitismo e isso não é evangelizar'. Ela estava orgulhosa por ter convertido! Tenham o cuidado de distinguir bem a ação apostólica do proselitismo: nós não fazemos proselitismo. O Senhor nunca fez proselitismo", disse.

O papa Francisco tomou como referência "uma expressão característica de santo Antônio Maria para convidar à criatividade na evangelização: 'Vocês devem correr como loucos! Correr para Deus e para os outros'".

Desta exortação tipicamente paulina, o papa destacou "a relação com Cristo, o zelo apostólico e a coragem criativa".

"Correr para os outros", disse o papa, "é fundamental". "Se perdemos de vista o horizonte do anúncio em nossa vida de fé, acabamos por nos fechar em nós mesmos" e nas "terras desérticas da autorreferencialidade", continuou.

"É como um atleta que se prepara continuamente para a grande corrida de sua vida sem partir jamais. Assim, cedo ou tarde começa a se deprimir, o entusiasmo desaparece. E assim se torna um discípulo triste", disse.

"Não queremos nos tornar discípulos tristes", disse o papa e perguntou: "Esse verme de tristeza está dentro de mim? Às vezes em mim, religioso, secular, deixo entrar aquele verme?".

Ele também lembrou "que um cristão triste é um triste cristão". "Mas a tristeza não deve entrar em nós, consagrados, e se alguém sentir essa tristeza, dirija-se imediatamente ao Senhor e peça luz e peça a algum irmão ou irmã para ajudá-lo a sair dela", acrescentou.

"Jesus pede aos seus discípulos que anunciem o 'Evangelho a toda criatura' (Mc 16, 15); e são Paulo o segue: 'Ai de nós se não anunciarmos a Cristo!'", disse.

Francisco os exortou a ir na direção indicada pelo carisma: "Levar por toda a parte o Espírito vivo de Cristo", que "conquista o coração" e é aquele que "não te faz permanecer sentado numa poltrona, mas te faz sair ao encontro dos irmãos".

"Santo Antônio Maria teve essa coragem, dando vida a instituições novas para o seu tempo" e "fê-lo dentro" da Igreja, "aceitando correções e advertências" e "guardando a comunhão na obediência", disse o papa.

Francisco falou de um último valor: "Fazer junto. Com efeito, a comunhão na vida e no apostolado é de fato o primeiro testemunho que sois chamados a dar, sobretudo num mundo dividido por lutas e egoísmos".

"Queridos irmãos e irmãs: 'Corram como loucos, para Deus e para os outros, mas juntos!' E que a Virgem, que se apressou em socorrer Isabel, os acompanhe. Eu os abençoo de coração. E, por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Obrigado", concluiu.

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