19 de dezembro de 2024 Doar
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Corpus Christi é “ato de fé, louvor e adoração a Jesus Eucarístico”, diz padre

Procissão de Corpus Christi em Curitiba após dois anos de medidas impostas contra a pandemia de covid-19. | Comunicação/Arquidiocese de Curitiba.

A Igreja Católica celebra na quinta-feira (8) a solenidade de Corpus Christi. No Brasil, dioceses e arquidioceses se preparam para manifestar publicamente sua fé no Santíssimo Sacramento com missa e procissão. O significado desta festa para os católicos está em "juntos, com a presença de Jesus manifestar esse ato de fé, louvor e adoração a Jesus Eucarístico", disse à ACI Digital o coordenador geral da organização do Corpus Christi na arquidiocese de Curitiba (PR), padre Juarez Rangel.

"Corpus Christi é o momento em que Jesus Eucarístico sai pelas ruas para a nossa adoração pública, nossa expressão pública de nossa fé em Jesus Eucarístico. É também a maneira de juntos expressarmos a nossa adoração em gestos de caminhada, na preparação de tapete", disse o padre Rangel.

A solenidade de Corpus Christi teve origem no século XIII, na Bélgica, quando a freira santa Juliana de Liège teve visões místicas em que Jesus pedia uma festa dedicada à Eucaristia. O fato chegou ao conhecimento das autoridades eclesiásticas locais, incluindo o arquidiácono em Liége, Tiago Pantaleão de Troyes, que mais tarde se tornou o papa Urbano IV. Foi este papa que, em 1264, instituiu a solenidade de Corpus Christi como festa de preceito para a Igreja universal, na quinta-feira sucessiva ao Pentecostes, com a bula Transiturus de hoc mundo.

Foi também Urbano IV que vivenciou outra experiência importante para a festa de Corpus Christi, o milagre eucarístico de Orvieto. Em 1263, um ano antes da publicação da bula Transiturus de hoc mundo, um padre alemão chamado Pedro de Praga tinha dificuldades em acreditar na presença real de Cristo na hóstia consagrada. Após uma peregrinação a Roma, parou na cidade de Bolsena onde, ao celebrar a missa sobre o túmulo de santa Cristina, a hóstia sagrada sangrou e gotas de sangue caíram sobre o corporal.

Ao saber do ocorrido, Urbano IV, que estava em Orvieto, ordenou que o corporal com as manchas de sangue fosse levado até ele. Isso foi feito em procissão e, quando o papa encontrou na entrada da cidade, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: "Corpus Christi". Segundo padre Juarez Rangel, naquele momento "o objetivo não era fazer um Corpus Christi [como celebramos hoje], mas no decorrer do tempo, nós lemos que isso foi também uma primeira procissão".

O sacerdote recordou também que "nem sempre foram confeccionados tapetes na festa de Corpus Christi". "Entendemos que confeccionar o tapete é fruto da própria ação do Espírito, que durante centenas de anos foi moldando esse modelo. Em algum momento, seja na Europa, por exemplo, quando se tinha algumas manifestações ainda tímidas de Corpus Christi, não havia tapete. Lá nós tínhamos pequenos altares feitos em frente das casas e ali passava Jesus Eucarístico, esse era o modelo", disse.

Segundo o padre Rangel, mesmo quando vem para o Brasil, a tradição ainda era algo "bem tímido", como enfeites nas casas por onde a procissão passaria. "No decorrer dos anos, o tapete vai tomando forma e hoje nós o temos praticamente como a maior expressão. Existem outras, sim. Mas o tapete hoje já faz parte intrinsicamente da expressão do dia de Corpus Christi", disse.

Em Curitiba, a solenidade de Corpus Christi na arquidiocese de Curitiba "é um marco de proporções gigantescas", declarou o padre Rangel. O coordenado geral da celebração contou que uma semana antes da solenidade, a arquidiocese faz visitas a hospitais, comunidades terapêuticas, crianças doentes, alguns colégios e ao complexo de saúde Pequeno Cotolengo que recebe pessoas especiais. "Estas pessoas não poderão estar presentes na festa da arquidiocese, mas Jesus que vai até elas", disse o padre Juarez.

Com o tema "Eucaristia: Banquete da vida, fonte das vocações", este ano, a arquidiocese de Curitiba fará no dia de Corpus Christi uma ação com pessoas em situação de rua. Segundo o padre Juarez Rangel, por meio dos "diáconos, religiosos e seminaristas", vão distribuir kits com alimentos "para as pessoas em situação de rua e fazer um 'papel de escuta', sentando junto com o irmão que recebeu o kit e ouvi-lo".

Neste dia, a partir das 8h, paróquias, pastorais e movimentos da arquidiocese começarão a montagem dos cerca de "116 tapetes". Também haverá "sacerdotes que estão disponíveis para o sacramento da reconciliação", disse o padre Juarez. 

Às 9h, o bispo auxiliar de Curitiba, dom Reginei José Modolo, visitará alguns hospitais e outras instituições de Curitiba com o Santíssimo Sacramento. Às 14h, haverá um show com o cartor católico Diego Fernandes no palco em frente à catedral de Curitiba. Em seguida, às 15h, o arcebispo dom José Antonio Peruzzo celebrará a missa. A procissão com Jesus Eucarístico está prevista para 16h15, até a Praça Nossa Senhora de Salette, em frente ao Palácio Iguaçu. Após a procissão e bênção final, terá um show com o padre Reginaldo Manzotti.

Também haverá grandes celebrações e procissões de Corpus Christi nas arquidioceses de Brasília (DF) e São Luís (MA).

Na capital federal, são esperados cerca de 70 mil fiéis. Às 6h começará a montagem do tapete no gramado central da Esplanada dos Ministérios. À tarde, os padres atenderão confissões atrás do palco principal. A missa começará às 16h45, celebrada pelo arcebispo cardeal Paulo Cezar Costa. Após a celebração, terá a procissão com o Santíssimo Sacramento que será levado no papamóvel usado na visita de são João Paulo II a Brasília, em 1980.  A procissão percorrerá a Esplanada dos Ministérios. No trajeto, serão dadas três bênçãos com Jesus Eucarístico: aos doentes, aos governantes e às famílias.

Em São Luís, a solenidade acontecerá no Estádio Municipal Nhozinho Santos, na Vila Passos, com a presença do arcebispo dom Gilberto Pastana, às 17h. A arquidiocese espera que 14 mil fiéis participem da missa, procissão luminosa e bênção com o Santíssimo Sacramento. Segundo a arquidiocese, dentro da celebração, haverá um momento da renovação das promessas batismais, quando serão apagadas as luzes no estádio e as velas serão acesas. Estas mesmas velas serão abençoadas durante a missa e usadas na procissão luminosa nas ruas de São Luís até a igreja Nossa Senhora do Carmo, na Praça João Lisboa, onde haverá a bênção com o Santíssimo Sacramento.

 

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