19 de dezembro de 2024 Doar
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12 lições do avanço pró-vida nos EUA que outras nações podem aproveitar

Marcha pela Vida nos EUA | Marcha pela Vida Facebook

A sentença Dobbs x Jackson da Suprema Corte dos EUA em 2022 acabou com a liberação do aborto gerada pela decisão Roe x Wade tomada pela mesma corte em 1973. Entre as duas, há quase 50 anos de luta pró-vida para tirar lições para outras nações.

Este foi o propósito do seminário "EUA: O aborto não é um direito. Falam os protagonistas da mudança" organizado em Madri pelo veterano político espanhol Luis Peral, de Família e Dignidade Humana.

Também colaboraram entidades como a Federação de Associações Pró-Vida, One of Us, a Political Network for Values, a Assembleia pela Vida e a Universidade CEU San Pablo.

O seminário teve a participação de doze personalidades de diferentes áreas que foram protagonistas ou espectadores de primeira linha ao longo dos anos. De suas apresentações, foram tiradas 12 lições úteis para a luta pró-vida.

1. Aproveitar as leis pró-aborto agressivas para despertar consciências

O presidente Donald Trump foi o primeiro a comparecer à Marcha pela Vida, que acontece todos os anos em janeiro, coincidindo com o aniversário do caso Roe x Wade, apesar de ter se declarado pró-aborto na juventude.

Joseph Gorgan, diretor de Política Interior do governo Trump, disse que a lei promovida pelos democratas na Virgínia que permite acabar com a vida de bebês que sobrevivem ao aborto causou um grande impacto no então presidente.

A princípio Trump não entendeu muito bem o seu significado, mas quando lhe foi explicado, ele tomou uma decisão importante: nomear juízes como Gorsuch, Kavanaugh e Barrett para a Suprema Corte.

2. Propor leis para não ocultar o que é o aborto

A presidente da Christian Freedom International, Wendy Wright, pediu uma legislação para combater a ocultação do aborto.

Essas propostas foram no sentido de conseguir que as mulheres grávidas recebam informações alternativas ou que façam a ultrassom.

Também foram promovidas medidas para revelar a humanidade do embrião, exortando o uso de anestesia, cuidados com os sobreviventes e proibir métodos como o "aborto com nascimento parcial".

Para Wright, só mencionar este tipo de técnica "obriga a explicar" a sua natureza para que a sociedade tenha conhecimento e consciência da sua brutalidade.

3. A perseverança é a chave

Como a maioria dos palestrantes, a presidente do Senado do Estado americano de Iowa, Amy Sinclair, apelou para não se desesperar diante dos contratempos porque "não haverá uma mudança completa da noite para o dia".

4. Os políticos pró-vida devem fazer políticas pró-vida

O ex-senador do Partido Democrata do Texas, Eddie Lucio, destacou-se ao longo de sua carreira como um político comprometido com a defesa da vida e por sua proximidade com a Conferência dos Bispos do Texas.

Durante seu discurso no seminário, ele falou sobre como "Nova York, Califórnia e Colorado gastam milhões promovendo o aborto".

Para combater isso, os governos pró-vida precisam investir recursos e desenvolver leis que defendam a vida humana.

5. É preciso formar líderes políticos e jurídicos

A canadense Jane Adolphe, diretora executiva do Fórum Internacional de Juristas Católicos, disse que nos EUA os pró-vida souberam formar pessoas importantes.

É o caso dos juízes que chegaram à Suprema Corte e possibilitaram a sentença que põe fim à concepção do aborto como direito constitucional.

6. Aceitar todo progresso como uma possibilidade para o futuro

Sem cair no conformismo, Clarke Forsythe, especialista do Americans United for Life, incentivou o valorizar qualquer avanço jurídico em defesa da vida.

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Assim, convidou a seguir o conselho do cardeal John O'Connor, arcebispo de Nova York de 1984 a 2000, que apreciava essas legislações desde que implicassem que vidas fossem salvas e não excluíssem a possibilidade de melhorias legais no futuro.

7. Reforçar o apoio e as iniciativas internacionais

O professor especialista em Direitos Humanos da Catholic University of America, William Saunders, manifestou a sua convicção sobre a necessidade de entrar nas instituições internacionais.

Ele também se mostrou a favor de promover esforços comuns, como a Declaração de Genebra, que lembra que não há "direito ao aborto" no direito internacional.

Com a presença vigilante em fóruns como a ONU, é possível detectar tentativas de expandir o aborto, denunciá-las e, às vezes, impedi-las.

8. A coragem, requisito essencial para ser pró-vida

De nada serve a formação excelente e a consciência pró-vida sem um compromisso à prova de pressão. É o que confirma a jurista Carry Severino, da Judicial Crisis Network, que foi enfática a esse respeito:

"É preciso de pessoas com carreira e habilidades, mas acima de tudo pessoas corajosas que tenham demonstrado isso em suas vidas, que defendam o que é certo mesmo que seja impopular e recebam ameaças e protestos diante de sua casa."

9. Ambição de visões e perspectivas

O veterano jornalista e diretor-executivo de Tilma Strategies, Alejandro Bermúdez, lembrou um traço característico dos EUA: "Na cultura norte-americana, os problemas são resolvidos".

Isso levou o movimento pró-vida a ter uma ambição de perspectivas ao longo de cinco décadas que "para qualquer um pareceria impossível e ilusória". Assim, ele considera que "os abortistas não fizeram nada além de perder durante esses 50 anos".

Nessa perspectiva, é possível "mastigar e caminhar ao mesmo tempo". Ou seja, promover leis que impeçam o aborto e apoiar políticas para as mulheres.

10. As batalhas pela vida são obra de Deus

Ao longo de 20 anos, John M. Klink atuou como assessor da Santa Sé em diversos fóruns internacionais sob o pontificado de são João Paulo II. A partir dessa experiência, ele conclui que "as batalhas pela vida são obra de Deus".

Por isso, incentivou os pró-vida a serem "a voz de Deus a favor da vida" para a qual é preciso rezar "buscando a inspiração de Deus" para poder enfrentar a batalha desigual, como a de Davi contra Golias.

11.- Alinhar as emoções com a verdade

A diretora executiva do grupo ACI, Kelsey Wicks, falou sobre o importante papel dos jornalistas pró-vida, que têm a missão de descrever a realidade de forma que "as emoções se alinhem com a verdade".

As áreas em que os comunicadores mais podem colaborar são científicas, socioeconômicas, jurídicas e, mais ainda, a nível humano.

Wicks defendeu a necessidade de trazer à luz "as histórias de vidas salvas e corações mudados" que costumam ser ignoradas.

As histórias "do lado pessoal e humano de todos os envolvidos" constituem, na sua opinião, "o aspecto mais importante que os profissionais de comunicação e os jornalistas pró-vida devem abordar".

Com isso, combate-se a tentativa de "despersonalizar" o drama do aborto. Wicks disse que "há tantas histórias de heróis" que precisam ser contadas porque "cativam corações e salvam vidas".

12. Travar a batalha cultural e de opinião pública

Dan Lipinsky, que foi congressista democrata por Illinois por 15 anos, foi o último a falar no seminário. Pela sua experiência, expressou a convicção de que "a política é importante, mas é preciso mudar a cultura e a opinião pública".

A razão é que "se não variamos esses dois elementos, ao final não poderemos modificar as leis".

Por isso, falou da importância de "explicar porque somos pró-vida" com o objetivo de "transformar vidas, corações, mentalidades e culturas".

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