18 de dezembro de 2024 Doar
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Frade é condenado à prisão por bloquear clínica de aborto em Nova York

Padre Fidelis leva cruz em manifestação em Nova York em 2 de julho de 2022. - Foto: Jeffrey Bruno | CNA

O padre e ativista pró-vida Fidelis Moscinski, dos Frades Franciscanos da Renovação, foi condenado a seis meses em uma prisão federal por bloquear o acesso a uma clínica de aborto da Planned Parenthood ao colocar correntes e cadeados no portão de entrada.

Na manhã de 7 de julho de 2022 o padre fechou por duas horas a clínica da Planned Parenthood na região metropolitana de Nova York em Hempestead, Nova York. Ele pôs cadeados e correntes na entrada da clínica e cobriu alguns deles com cola, segundo o departamento de Justiça dos EUA.

Segundo um comunicado à imprensa divulgado pelo escritório de promotoria dos EUA, assim que o departamento de polícia e o corpo de bombeiros cortaram os cadeados, Moscinski se deitou em frente à entrada para impedir que carros passassem pelo portão.

O juiz Steven Tiscione aplicou a sentença de seis meses, que é a máxima imputada pela violação da lei de Liberdade de Acesso a Entradas de Clínicas (FACE, na sigla em inglês).

"Minhas ações foram realizadas porque a Planned Parenthood está no ramo de matar como uma organização", disse Moscinski ao juiz ao pedir uma sentença leniente, segundo a organização pró-vida americana Red Rose Rescue.

Embora o padre seja membro da Red Rose Rescue, a organização disse que seu ato de bloquear o acesso a uma clínica de aborto não foi sancionado pelo grupo. A Red Rose Rescue disse que membros podem se envolver em ativismo pró-vida fora da organização, mas estão por conta própria ao fazê-lo.

"Todo aborto requisitado que ocorre nas dependências [da Planned Parenthood], constitui um assassinato deliberado de um ser humano inocente", continuou Moscinski em sua declaração ao juiz. "Além disso, esses atos violentos e sangrentos também causam graves danos psicológicos e espirituais à mãe da criança. Todas as minhas ações sempre são direcionadas unicamente a impedir o assassinato de crianças indefesas e o sofrimento de suas mães".

O frade franciscano também criticou a lei FACE.

"Essa falsa lei busca mascarar o ato de matar crianças nascituras sob a linguagem eufemística e orwelliana de 'saúde reprodutiva'. Não sou culpado de violar essa lei porque essa lei não pode ser vista como nada além de nula e inválida, já que tenta dar proteção legal a ações que são intrinsecamente más e injustas", disse.

Moscinski pediu a Tiscione para "mitigar de alguma forma a injustiça que essa corte perpetrou" dando a ele a sentença mais leniente possível. Em vez disso, o juiz deu a sentença mais severa possível, baseado no fato de que o frade foi preso antes por seu ativismo pró-vida.

Moscinski foi preso antes, mas essa é a primeira vez em que ele é considerado culpado de violar o ato FACE. No ano passado, ele foi preso por invasão de propriedade a uma clínica de aborto ao entrar na clínica em protesto e se recusar a sair ao ser ordenado por funcionários e então pela polícia.

No início de junho, a promotora-geral de Nova York, Letitia James, abriu um processo contra a Red Rose Rescue que busca barrar Moscinski e outros membros de ficarem a menos de 30 pés (9,14 m) de uma clínica de aborto. Mesmo que a violação da lei Face de Moscinski não tenha sido parte de uma ação da Red Rose Rescue, James citou esse como um dos incidentes para justificar o processo.

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