Vaticano, Jul 7, 2023 / 13:38 pm
"A lista ainda não está completa", disse o cardeal Mario Grech, secretário-geral da Secretaria Geral do Sínodo, durante a apresentação hoje (7) da lista dos participantes da primeira sessão da 16ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre o tema "Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão", que acontecerá de 4 a 29 de outubro próximo. "Haverá algumas mudanças até outubro. Agora temos que começar a trabalhar e nos preparar para a assembleia geral", disse o cardeal.
Pela primeira vez, leigos terão direito a voto no Sínodo dos Bispos. Há 363 membros com direito a voto, incluindo o papa Francisco, entre eles 54 mulheres. A lista foi publicada, por enquanto, apenas em italiano.
Há também convidados especiais indicados pelo papa Francisco que participarão dos trabalhos, mas não terão direito a voto.
Os membros da assembleia são nomeados ex officio (ou seja, por sua função, como os chefes dos dicastérios e patriarcas), ex electione (ou seja, aqueles eleitos pelas Conferências Episcopais ou pelos Sínodos das Igrejas Orientais Católicas "sui iuris" e depois confirmados pelo papa) ou ex nominatione pontificia (aqueles nomeados diretamente pelo Pontífice).
Entre os membros ex electione, o papa estabeleceu que deve haver cinco mulheres consagradas e cinco homens consagrados.
O papa Francisco escolheu 70 fiéis não bispos de uma lista de 150 pessoas proposta por organizações continentais. Eles são sacerdotes, diáconos, leigos e leigas, consagrados e consagradas.
A seleção, segundo os organizadores, teve como critério, em primeiro lugar, garantir a maior representatividade possível quanto a carismas, vocações, experiências eclesiais, idade e país. A participação no processo sinodal em outras etapas foi levada em consideração.
Alguns "convidados especiais" participam da Assembleia sinodal, sem direito a voto ativo ou passivo, ou seja, não podem votar nem ser votados para fazer parte de uma das Comissões da Assembleia.
Além dos "Especialistas e Facilitadores", outros colaboradores também participam do funcionamento da dinâmica da assembleia sinodal.
Os novos membros não bispos foram selecionados pelo papa Francisco. Com essa decisão, o Sínodo continuará sendo uma assembleia de bispos, mas a participação de outros membros será ampliada.
O cardeal Grech disse que "continua sendo uma Assembleia de bispos com representação e participação de outros membros do povo" de Deus.
Uma novidade será a participação de leigos com deficiência, nomeados pelo Dicastério para os Leigos por causa de seu trabalho pastoral na integração dessas pessoas na Igreja.
O texto, conhecido como Instrumentum laboris ou "instrumento de trabalho" para a próxima Assembleia, indica o andamento desta nova fase do Sínodo.
Com base nas sessões de escuta já realizadas em todo o mundo a nível diocesano, nacional e continental, aborda temas como a possibilidade de acesso das mulheres ao diaconato, o celibato sacerdotal ou a atenção às "pessoas LGBTQ+".
O documento também destaca o desejo de ter novos órgãos institucionais que permitam uma maior participação do "Povo de Deus" na tomada de decisões.
O Sínodo é uma assembleia de bispos convocada pelo papa, que se reúnem para trocar informações e compartilhar experiências em busca de soluções pastorais. Foi instituída como órgão permanente pelo papa são Paulo VI em 1965.
O processo sinodal é baseado na escuta e no discernimento, e o papa Francisco disse várias vezes que não é um "parlamento", mas um "processo" no qual o Espírito Santo é o protagonista.
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