19 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco completa número de cardeais eleitores com novo consistório

Imagem ilustrativa | ACI Prensa

O papa Francisco anunciou ontem (9) depois da oração do Ângelus um consistório ordinário que vai acontecer em setembro para criar 21 novos cardeais: 18 com direito a voto e três que, por terem mais de 80 anos, não poderão votar em um futuro conclave.

Um consistório, ordinário ou extraordinário, é uma reunião feita pelo papa com a presença dos cardeais da Igreja. Neste caso, é um consistório ordinário para criar novos cardeais.

"A sua proveniência exprime a universalidade da Igreja, que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra. Além disso, a inclusão de novos cardeais na Diocese de Roma demonstra o vínculo inseparável entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares espalhadas pelo mundo", disse o papa ontem.

Francisco anunciou o consistório, justamente porque em dezembro deste ano, com os novos nomeados, os cardeais eleitores seriam 113, número máximo para um conclave, conforme estabelecido pelos papas Paulo VI e João Paulo II.

Até o momento, o colégio dos cardeais é formado por 225 membros, dos quais 121 são cardeais eleitores, ou seja, podem votar no conclave que elegeria o sucessor do papa Francisco. Os outros 104 estão no grupo dos "não votantes". Eles podem participar das reuniões anteriores – chamadas congregações gerais –, mas não do conclave.

O parâmetro usado para determinar quais cardeais podem participar de um conclave é a idade limite de 80 anos, estabelecida pelo papa são Paulo VI em 1970.

Do número total de membros do colégio dos cardeais, atualmente, 111 foram criados pelo papa Francisco, 64 por Bento XVI e 50 por são João Paulo II.

Dos 121 cardeais com direito a voto, 81 foram criados por Francisco, 31 por Bento XVI e nove por são João Paulo II. Dos cardeais "não-votantes", 30 foram criados pelo papa Francisco, 33 por Bento XVI e 41 por são João Paulo II.

Um caso singular é o de Giovanni Angelo Becciu, que aos 75 anos poderia ser eleitor, mas renunciou aos seus direitos cardinalícios em setembro de 2020, por causa das acusações de peculato e abuso de poder, pelas quais está sendo julgado.

O angolano Alexandre do Nascimento é o cardeal mais velho, com 98 anos, e o primeiro do seu país. Foi criado em 1983 por são João Paulo II. O cardeal mais jovem é o italiano Giorgio Marengo, 49 anos, que participará do Sínodo sobre a Sinodalidade em outubro.

Os cardeais que completarão 80 anos em 2023

O papa Francisco criará 21 novos cardeais em 30 de setembro também porque durante o resto do ano, sete cardeais completarão 80 anos e perderão o direito de voto.

São eles: Giuseppe Versaldi, da Itália, em 30 de julho; Angelo Comastri, da Itália, em 17 de setembro; Patrick D'Rozario, de Bangladesh, em 1º de outubro; Leonardo Sandri, da Itália, em 18 de novembro; Andrew Yaom Soo-jung, da Coreia do Sul, em 5 de dezembro; Jean Zerbo, do Mali, em 27 de dezembro; Juan Luis Cipriani Thorne, do Peru, em 28 de dezembro.

Depois do consistório

Com as novas nomeações, a Igreja terá um total de 243 cardeais: 137 "papáveis" com direito a voto em um futuro conclave e 106 não-eleitores.

A seguir, a lista dos futuros cardeais a serem criados no consistório de 30 de setembro:

1. Dom Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos (Estados Unidos)

2. Dom Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais (Itália)

3. Dom Victor Manuel Fernandez, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé (Argentina)

4. Dom Emil Paul Tscherrig, núncio na Itália (Suíça)

5. Dom Christophe Louis Pierre, núncio nos Estados Unidos (França)

6. Dom Pierbattista Pizzaballa, patriarca de Jerusalém (Itália)

7. Dom Stephen Brislin, arcebispo da Cidade do Cabo (África do Sul)

8. Dom Angel Sixto Rossi, arcebispo de Córdoba (Argentina)

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9. Dom Luis Rueda Aparicio, arcebispo de Bogotá (Colômbia)

10. Dom Grzegorz Ryś, arcebispo de Lodz (Polônia)

11. Dom Stephen Ameyu Martin Mulla, arcebispo de Juba (Sudão do Sul)

12. Dom José Cobo Cano, arcebispo de Madri (Espanha)

13. Dom Protase Rugambwa, arcebispo coadjutor de Tabora (Tanzânia)

14. Dom Sebastian Francis, bispo de Penang (Malásia)

15. Dom Stephen Chow Sau-yan, bispo de Hong Kong (China)

16. Dom François-Xavier Bustillo, bispo de Ajaccio (França)

17. Dom Américo Emanuel Alves Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa (Portugal)

18. Padre Angel Fernandez Artime, reitor-mor dos salesianos (Espanha)

Sem direito a voto:

1. Dom Agostino Marchetto, núncio apostólico (Itália)

2. Dom Diego Rafael Padrón Sánchez, arcebispo emérito de Cumaná (Venezuela)

3. Padre Luis Pascual Dri, confessor no santuário de Nossa Senhora de Pompeia, Buenos Aires (Argentina)

Novos cardeais da América Latina

Dos 21 futuros cardeais, três são argentinos, um colombiano e um venezuelano. Entre eles, destaca-se o nome do arcebispo argentino Victor Manuel Fernandez, que assumirá o cargo de prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé em setembro.

Além dele, a lista dos latino-americanos inclui: dom Angel Sixto Rossi, arcebispo de Córdoba, Argentina, de 64 anos; dom Luis Rueda Aparicio, arcebispo de Bogotá, Colômbia, 61 anos; e dom Diego Rafael Padrón Sánchez, arcebispo emérito de Cumaná, Venezuela, de 84 anos.

Há também o padre Luis Pascual Dri, de 96 anos. É um frade capuchinha que desde 2007, após a sua aposentadoria, é confessor no santuário de Nossa Senhora de Pompeia , em Buenos Aires, Argentina.

Este capuchinho, nascido em Federación, Argentina, em 17 de abril de 1927, foi citado pelo papa Francisco em mais de uma ocasião como exemplo de misericórdia em várias homilias e em algumas catequeses de suas audiências gerais.

Distribuição geográfica

Em termos de distribuição geográfica, historicamente a maioria dos cardeais veio da Europa. No entanto, no pontificado de Francisco a tendência tem sido descentralizar e dar mais espaço a representantes de países não europeus. Por isso, atualmente a Igreja tem cardeais de 91 países, dos cinco continentes.

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