17 de novembro de 2024 Doar
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Gänswein fala de consolo em primeira aparição pública depois de demitido

Dom Georg Gänswein fala durante missa da festa da Assunção de Nossa Senhora em Maria Vesperbild, na Alemanha. | Crédito da foto: Bernhard Weizenegger / Maria Vesperbild

No movimentado coração do catolicismo que é Roma, o arcebispo Georg Gänswein foi um assessor próximo do papa Bento XVI. Na última terça (15), o ex-prefeito da Casa Pontifícia se viu em busca de paz em uma pequena aldeia da Baviera chamada Maria Vesperbild, que normalmente tem uma modesta população de 34 pessoas.

No entanto, na solenidade da Assunção de Maria, a pacata vila no distrito suábio da Baviera foi transformada, atraindo várias centenas de peregrinos, todos ansiosos para testemunhar o retorno do arcebispo aos olhos do público.

O contraste era gritante: da grandeza dos corredores do Vaticano à serena simplicidade de um santuário rural dedicado a Nossa Senhora. Mas foi aqui, entre as colinas arborizadas e devotos peregrinos, que a voz de Gänswein ressoou com clareza pungente, chamando a atenção para o significado do dia.

"Só podemos agradecer à mãe Igreja que ela se absteve de domar ou emburrecer a fé, preferindo expor-se ao ridículo e à incompreensão, em vez de acabar como uma coisa astuta e indiferente da qual ninguém discordará, mas que ninguém mais celebrará", disse o bispo.

"A assunção de Maria promete a aceitação que todo homem deseja".

Ao falar publicamente pela primeira vez desde que deixou Roma após a morte de Bento XVI, Gänswein deixou claro que não é estranho à turbulência emocional e desolação.

"Toda pessoa deseja ser aceita", refletiu o bispo de 67 anos durante seu sermão, um sentimento que parecia ecoar em sua jornada pessoal. O arcebispo aludiu às muitas portas que se fecharam na sua cara, à "calúnia das sombras" e aos profundos sentimentos de solidão com os quais se pode lidar.

Suas palavras ressoaram, não apenas por sua profundidade teológica, mas porque revelaram um homem se reconciliando com seu passado e buscando um caminho a seguir.

O diretor do santuário mariano, monsenhor Erwin Reichart, comentou ao falar da visita de Gänswein: "Em Maria Vesperbild, ele é visto principalmente como um arcebispo, um sucessor dos apóstolos. Mas, além de títulos e funções, ele é um homem que encontrou uma espécie de 'casa' aqui".

A saída de Gänswein do Vaticano após a morte de Bento XVI e a subsequente demissão pelo papa Francisco deixou muitos a especular sobre seu futuro. Sua mudança para sua diocese natal de Freiburg, longe do epicentro do poder católico, foi vista por alguns como uma queda em desgraça. No entanto, em sua aparição recente, havia uma sensação de rejuvenescimento. Sua observação bem-humorada durante a apresentação de um livro - "Estou aqui, procurando trabalho, por assim dizer" - demonstrou um espírito resiliente misturado com um toque de humildade.

Como observado pelo jornal católico alemão Tagespost , há quase dez anos, Gänswein celebrou a missa pontifícia na solenidade da Assunção na gruta local de Fátima. Este ano, ele voltou para Maria Vesperbild, não apenas como celebrante, mas como um farol de fé para muitos - e um ponto de conexão pessoal com o falecido papa da Baviera, Bento XVI.

A missa ao ar livre em Maria Vesperbild, seguida por uma procissão à luz de velas pela floresta, é um ponto alto do ano e atrai milhares de pessoas. Mas este ano, com Gänswein no comando, teve um significado especial. Sua associação com o local de peregrinação ficou evidente no calor com que foi recebido.

Enquanto o futuro permanece incerto para o arcebispo, sua aparência sugere um homem em um caminho de redenção e aceitação, pronto para abraçar o que vier pela frente.

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