WASHINGTON DC, Aug 21, 2023 / 15:42 pm
O Departamento de Estado dos EUA revogou os vistos de 100 funcionários do governo na Nicarágua e pediu a libertação "imediata" de dom Rolando Álvarez, preso desde fevereiro deste ano.
Pela rede social X, o secretário de Estado Anthony Blinken disse no sábado (19) que o governo "tomou medidas para impor restrições de visto a 100 funcionários nicaraguenses que restringem os direitos humanos dos nicaraguenses e prejudicam a democracia".
"Pedimos ao regime que liberte incondicional e imediatamente dom Álvarez e todos os detidos injustamente", continua.
O presidente da Nicarágua é Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro de esquerda, que soma 30 anos no poder na Nicarágua.
Num comunicado divulgado horas depois, o Departamento de Estado diz que essas medidas foram tomadas como "responsabilização pelos incessantes ataques do regime Ortega-Murillo às liberdades civis". Murillo é Rosario Murillo, mulher de Ortega e vice-presidente do país.
O comunicado também diz que os 100 funcionários com vistos cassados trabalham nos municípios do país centro-americano e participaram da repressão "às organizações da sociedade civil" e do fechamento de espaços cívicos como a Universidade Centro-Americana.
Eles são culpados por serem cúmplices na "injusta detenção de pessoas corajosas que apoiam uma sociedade civil livre, incluindo o bispo Rolando Álvarez".
"Continuaremos trabalhando com a comunidade internacional para promover a responsabilização daqueles que ameaçam a democracia na Nicarágua e continuamos comprometidos em promover as liberdades fundamentais do povo nicaraguense e o respeito por seus direitos humanos", acrescenta o Departamento de Estado.
No início de agosto de 2022, a perseguição do governo a dom Álvarez, crítico das violações de direitos humanos na Nicarágua, piorou. Como resultado, o líder religioso ficou preso em sua casa episcopal por 14 dias.
Em 19 de agosto do mesmo ano, policiais cercaram a casa episcopal e o transferiram para Manágua. Lá, ele ficou em prisão domiciliar até 10 de fevereiro, quando foi condenado a 26 anos de prisão por "traição à pátria" e seus direitos de cidadania foram anulados permanentemente.
No início de julho, soube-se que as negociações entre a Igreja e o governo para libertar e deportar dom Álvarez haviam fracassado.
O congressista republicano dos EUA, Chris Smith, pediu que o presidente nicaraguense Daniel Ortega presente "provas" à comunidade internacional de que dom Rolando Álvarez está vivo e que permita que a Cruz Vermelha examine o seu estado de saúde.
Confira também:
O governo na Nicarágua expulsou seis jesuítas de sua casa em Manágua, apesar de apresentarem provas de propriedade, disse no sábado (19) a Província Centro-Americana da Companhia de Jesus. 📲 Leia na íntegra: https://t.co/Z3hoz9tjxF #acidigital pic.twitter.com/OmetI8qHMb
- ACI Digital (@acidigital) August 21, 2023
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