WASHINGTON DC, Aug 25, 2023 / 12:06 pm
"Infelizmente, pode ser que algumas pessoas chamem de cismáticos aqueles que não concordam com as mudanças propostas", disse o bispo de Tyler, EUA, dom Joseph E. Strickland numa carta publicada na terça-feira (22). "Mas tenham certeza de que ninguém que permanecer firme em nossa fé católica é cismático".
O bispo falava das propostas de mudança na disciplina e na doutrina católicas que estão sendo feitas para o Sínodo da Sinodalidade. O Sínodo da Sinodalidade começou em outubro de 2021 com sessões de escuta nas dioceses. Ao final das etapas diocesanas e continentais, acontecerão duas assembleias no Vaticano: a primeira, de 4 a 29 de outubro de 2023, e a segunda em outubro de 2024.
"Nas próximas semanas e meses, muitas verdades serão examinadas como parte do Sínodo da Sinodalidade", disse Strckland. "Devemos nos manter firmes nestas verdades e estar atentos a qualquer tentativa de apresentar uma alternativa ao Evangelho de Jesus Cristo, ou à pressão de uma fé que fala de diálogo e fraternidade, ao mesmo tempo que tenta extirpar a paternidade de Deus", diz o bispo de Tyler.
Na carta, o bispo falou da importância de defender as verdades da fé num momento de "grande agitação" na Igreja em que alguns mudá-las aproveitando o sínodo.
Sete verdades básicas
Na sua carta, dom Strickland fala de sete verdades básicas da fé. A primeira é que "só a Igreja Católica oferece a plenitude da verdade de Cristo e o caminho autêntico para Sua salvação para todos nós".
A segunda refere-se ao fato de que "a Eucaristia e todos os sacramentos foram instituídos divinamente, não foram desenvolvidos pelos homens". Sendo assim, receber a Comunhão em pecado grave "é um sacrilégio devastador para o indivíduo e para a Igreja".
A terceira é que o sacramento do matrimônio permite a união de um homem e uma mulher, e "a humanidade não tem o direito ou capacidade de redefini-lo".
A quarta é que o homem e a mulher são criados à imagem e semelhança de Deus, e ninguém deve ser "apoiado numa tentativa desordenada de rejeitar a inegável identidade biológica dada por Deus".
A quinta, segundo dom Strickland, é que "a atividade sexual fora do matrimônio é sempre gravemente pecaminosa e não pode ser aceita, abençoada ou permitida por qualquer autoridade da Igreja".
A sexta rejeita o "universalismo", isto é, a crença de que todos os homens e mulheres serão "salvos, independentemente da forma como viveram as suas vidas". Neste contexto é essencial vencer o pecado "através do arrependimento e da Confissão sacramental".
E a sétima tem a ver com o sofrimento e a compreensão de que todos os fiéis devem abraçar a cruz para tornar as dores da vida suportáveis, contemplando Jesus que sofreu pela salvação de todos.
Concluindo, o bispo de Tyler exorta os fiéis e lembra: "Nesta era moderna de confusão, o verdadeiro caminho é aquele que é iluminado pela luz de Jesus Cristo, porque a Verdade tem um rosto e esse é o seu. Tenha certeza, Ele não abandonará Sua noiva", a Igreja.
Dom Joseph E. Strickland, 64 anos, é uma figura muito querida por conservadores americanos por sua franqueza e forte defesa dos nascituros, do casamento, da liturgia latina tradicional e da ortodoxia católica. Ele compartilha seus pontos de vista e comentários com mais de 139 mil seguidores na rede social X (antigo Twitter).
À frente da diocese de Tyler desde 2012, dom Strickland tem enfrentado críticas pelo que alguns consideram postagens excessivas e antibíblicas nas redes sociais, como um tweet de 12 de maio no qual disse que o papa Francisco estava "minando o depósito da fé".
A Santa Sé ordenou uma visita apostólica (investigação) ao bispo, acusado de má gestão econômica e administrativa, acusações que ele negou.
Permanecer firmes, disse ele em sua carta, "não significa que procuremos deixar a Igreja. Pelo contrário, aqueles que propõem mudanças naquilo que não pode ser mudado procuram apropriar-se da Igreja de Cristo e são, de fato, os verdadeiros cismáticos".
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