22 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo de Londrina dá comunhão a um muçulmano

Dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina (PR), dá a comunhão ao xeque Ahmad Saleh Mahairi em missa de exéquias de dom Geraldo Majella. | Templário de Maria/Reprodução - captura de tela

O arcebispo de Londrina (PR), dom Geremias Steinmetz, deu a comunhão a um muçulmano na missa de exéquias de dom Geraldo cardeal Majella Agnello, arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil entre 1999 e 2011, celebrada na segunda-feira (28) na catedral da cidade.

Um vídeo divulgado em redes sociais mostra o xeque Ahmad Saleh Mahairi, fundador da mesquita Rei Faiçal em Londrina (PR), recebendo a comunhão e afastando-se sem consumi-la.

O Código de Direito Canônico diz no cânon 842: Quem não tiver recebido o baptismo não pode ser admitido validamente aos demais sacramentos.

Em nota publicada hoje (30), dom Steinmetz justifica seu ato dizendo que “o papa Francisco nos ensina no seu último documento sobre a Liturgia, Desiderio desideravi, de 2022. Ninguém havia conquistado um lugar para a última Ceia. Foram, antes, convidados, atraídos, pelo desejo ardente do próprio Jesus de comer aquela Páscoa com eles, cujo cordeiro é Ele próprio”.

A nota do dom Steinmetz segue citando o papa: “Antes da nossa resposta ao convite – muito antes – está o seu desejo por nós: até podemos não ter consciência disso, mas de cada vez que vamos à Missa a razão primeira é porque somos atraídos pelo seu desejo de nós. Por nossa parte, a resposta possível, a ascese mais exigente é, como sempre, a de nos rendermos ao seu amor, de nos deixarmos atrair por Ele. O certo é que todas as nossas comunhões no Corpo e Sangue de Cristo foram por Ele desejadas na última Ceia’, escreveu o Papa Francisco.

Segundo o arcebispo de Londrina, “a Eucaristia que se levanta, verdadeiro Corpo e Sangue de Jesus, é comungado pelo povo reunido em volta do altar também como sinal de caridade, desse amor irrepetível de Deus que se manifesta na Cruz de Jesus”.

Depois, o arcebispo volta a citar o papa: “abandonemos as polêmicas para escutarmos juntos o que o Espírito diz à Igreja, conservemos a comunhão, continuemos a maravilhar-nos pela beleza da Liturgia. Foi-nos dada a Páscoa, deixemo-nos guardar pelo desejo que o Senhor continua a ter de a poder comer conosco. Sob o olhar de Maria, Mãe da Igreja”. (Papa Francisco – Desiderio Desideravi, n.65).

Por fim, dom Steinmetz diz que “a celebração Eucarística nos ensina o exercício nobre da caridade, alimenta a mansidão, nos conduz à fraternidade e ao respeito a todos. A Eucaristia, mistério do amor, seja para todos fonte de graça e de luz que ilumina os caminhos da vida”.

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