20 de dezembro de 2024 Doar
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Grupo que fiscaliza bispos se diz “extremamente desapontado” com rejeição de acusações contra McCarrick

Theodore McCarrick chega ao Tribunal Distrital de Dedham, em Massachusetts, para sua acusação, em 3 de setembro de 2021. | Andrew Bukuras/CNA

Um grupo conhecido como BishopAccountability.org, que rastreia abusos sexuais na Igreja Católica, condenou a decisão de ontem (30) de um juiz distrital de Massachusetts, EUA, de rejeitar as acusações criminais contra o ex-cardeal Theodore McCarrick.

As acusações criminais envolvendo agressão sexual e abuso de um menor foram rejeitadas ontem, depois que um juiz decidiu que McCarrick, de 93 anos, não está mentalmente capaz para ser julgado.

Anne Barrett Doyle, co-diretora do grupo de responsabilização dos bispos, disse à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, que “o arquivamento do caso contra McCarrick é extremamente decepcionante” e que “nossos corações estão com a corajosa vítima que abriu este caso, e com todas as vítimas de McCarrick”.

McCarrick, o ex-arcebispo de Washington, D.C., enfrentava três acusações de agressão indecente e agressão contra uma pessoa com mais de 14 anos, relacionadas a alegações de que ele abusou sexualmente de um adolescente amigo da família em uma cerimônia de casamento na década de 1970, no Wellesley College, em Wellesley, Massachusetts.

O adolescente foi identificado pelo NorthJersey.com em fevereiro como James Grein, um ex-residente de Nova Jersey, agora com 64 anos.

As acusações em Massachusetts foram as primeiras acusações criminais que McCarrick enfrentou após várias acusações de abuso sexual de menores e seminaristas.

Doyle afirmou que a decisão de ontem “é um lembrete da estratégia cínica de encobrimento da hierarquia católica”.

“As predações de McCarrick eram um segredo aberto”, disse Doyle. “Muitos dos seus colegas cardeais e bispos sabiam e não fizeram nada. Eles não o denunciaram às autoridades, não divulgaram a informação ao público e não entraram em contato com os que foram agredidos por ele”.

Segundo Doyle, “McCarrick poderia ter sido processado anos atrás se um de seus irmãos bispos tivesse chamado a polícia”.

“Em vez disso, mais uma vez, um predador evitou a responsabilização. Embora a instituição possa ter sido poupada ao constrangimento de um ex-cardeal em julgamento, a vergonha da sua cumplicidade com McCarrick permanece”, disse.

Apesar da frustração do grupo com a decisão do juiz, Doyle disse que o caso continua a ser um marco importante.

“McCarrick foi o primeiro cardeal dos EUA e só o segundo bispo dos EUA a ser acusado de abuso”, disse Doyle. “Há dois anos, o mundo testemunhou o que era inimaginável há 20 anos, quando a crise dos abusos católicos eclodiu pela primeira vez em Boston: um antigo cardeal dos EUA num tribunal respondendo a acusações criminais de abuso sexual infantil.”

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Outrora uma figura poderosa nos círculos eclesiásticos, diplomáticos e políticos nos EUA e em todo o mundo, McCarrick foi formalmente removido do estado clerical pelo papa Francisco em 2019.

As acusações criminais de agressão sexual movidas contra McCarrick em Wisconsin em abril ainda estão pendentes, assim como vários processos civis.

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