15 de dezembro de 2024 Doar
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Bispo suíço que vai ao Sínodo pede ordenação de mulheres e fim do celibato

Dom Félix Gmür. | José R. Martinez/Diocese de Basileia.

O bispo de Basileia, dom Félix Gmür, defendeu o fim celibato sacerdotal obrigatório e a ordenação sacerdotal de mulheres numa entrevista publicada no domingo (24), poucos dias antes da ir para Sínodo da Sinodalidade que acontecerá em outubro em Roma.

“É hora de abolir o celibato obrigatório”, disse, ao jornal suíço NZZ am Sonntag, no último domingo.

“O celibato significa que estou disponível para Deus. Mas penso que a sociedade de hoje já não entende este sinal. Muitos pensam: O que há de errado com essa pessoa? Tem algum problema? Quando um sinal não é mais compreendido, deve ser questionado”, disse.

“Não tenho nenhum problema em imaginar padres casados”, acrescentou dom Gmür, de 55 anos.

Dom Gmür também defendeu a ordenação sacerdotal das mulheres. “A subordinação das mulheres na Igreja Católica é incompreensível para mim. Mudanças são necessárias”, disse ele.

“Sou a favor da ordenação de mulheres; Será também um tema do Sínodo que se realizará em breve em Roma”, disse.

Embora o celibato tenha sido objeto de debate e especulação, o papa Francisco disse repetida que o tema das mulheres sacerdotes foi claramente definido, ao mesmo tempo que esclareceu o papel essencial das mulheres na Igreja Católica.

Na sua entrevista publicada no domingo, dom Gmür também falou da necessidade de uma distribuição mais equitativa do poder dentro da Igreja.

“Precisamos distribuir melhor o poder”, disse ele, acrescentando que a Conferência Episcopal Suíça (CES) está criando um tribunal eclesiástico criminal e disciplinar, que atuaria independentemente dos bispos e teria especialistas externos.

“Farei pressão em Roma para que a Igreja se descentralize”, acrescentou dom Gmür.

As declarações do bispo Suíço surgem no contexto de um escândalo em curso de abusos por parte do clero que abalou a Igreja Católica no país.

Mais de mil casos de abuso sexual foram denunciados, e a Conferência Episcopal Suíça, sob a liderança de dom Gmür desde 1º de janeiro de 2019, tem enfrentado críticas pela forma como tratou estes casos.

Eleito presidente da CES em 3 de setembro de 2018, dom Gmür reconheceu as suas próprias deficiências. “Sim, cometi erros”, admitiu, acrescentando que “cada conversa com as vítimas me mudou”.

A Conferência Episcopal Suíça também revelou que há uma investigação em curso liderada pela Santa Sé sobre o tratamento das acusações de abuso, que deverá ser concluída até ao final do ano.

As acusações contra vários membros da Conferência Episcopal Suíça foram enviadas ao Dicastério para os Bispos de Roma, que nomeou o bispo de Chur, dom Joseph Bonnemain, para liderar a investigação.

Segundo dados oficiais, em 2020 a Igreja Católica na Suíça contava com cerca de 3,1 milhões de fiéis, o que correspondia a uma proporção da população de 33,8%. O valor correspondente para 2010 foi de 38,6%.

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