15 de novembro de 2024 Doar
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Medidas disciplinares para a cofundadora da comunidade onde Rupnik teria cometido abuso

Foto ilustrativa. | Shutterstock.

O bispo auxiliar de Roma, dom Daniele Libanori, Comissário da Comunidade Loyola, emitiu um decreto disciplinar contra a irmã Ivanka Hosta, superiora da comunidade de religiosas que fundou na Eslovênia na década de 1990 com o padre Marko Rupnik, expulso dos jesuítas por e acusado de ter abusado de freiras.

O site português 7MARGENS informou no domingo (24) que o decreto disciplinar foi emitido no dia 21 de junho por ter exercido na Comunidade Loyola “um estilo de governo prejudicial à dignidade e aos direitos de cada uma das religiosas que a integram”.

A irmã fica proibida de assumir qualquer cargo ou função de governo, ou de direção espiritual na comunidade. A sua nova residência será a casa que a Comunidade Loyola tem em Braga, Portugal, cuja superiora é a irmã Frederica Dotti. Ela não poderá ter contato com religiosas ou ex-religiosas da comunidade por três anos. E, como “penitência externa”, deve peregrinar uma vez por mês, durante um ano, a um santuário mariano de fácil acesso, onde deverá rezar “pelas vítimas do comportamento do padre Marko Ivan Rupnik e por todas as religiosas da Comunidade de Loyola”.

Segundo o site La Nueva Brújula Cotidiana, o decreto de dom Libanori denuncia “a mistura entre foro interno e externo na governança do Instituto e a imposição de silêncio diante dos possíveis abusos que o padre Marko Rupnik S.I. fez sobre algumas delas”.

Seriam acontecimentos “posteriores a 1993, que as irmãs concordam em considerar como um ano ‘marco’, que distingue o governo do padre Marko Iván Rupnik e o governo sob a jurisdição exclusiva da irmã Ivanka Hosta”.

O texto diz ainda que as freiras “eram obrigadas a abrir a consciência exclusivamente à superiora local, e também por escrito. Desta forma, a superiora utilizava essas informações para orientar a comunidade e estas informações depois eram transmitidas” a Hosta.

Segundo o decreto, a freira impôs “silêncio diante de informações gravemente incorretas do padre Marko Rupnik com algumas irmãs nos anos em que estava se desenvolvendo o primeiro núcleo da Comunidade Loyola” sobre “verdadeiros abusos psicológicos, espirituais e sexuais”.

Algumas freiras disseram que a irmã Hosta “sabia tudo desde o início” e “que algumas conselheiras também sabiam, mantendo tudo em silêncio e obrigando as irmãs a manter o incidente escondido”.

O caso Rupnik

Várias freiras acusaram o padre Marko Rupnik, S.J., de várias formas de abuso e violência.

Depois de uma investigação preliminar confiada à Companhia de Jesus, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) “determinou que os fatos em questão prescreveram e, por isso, encerrou o processo no início de outubro deste ano de 2022”, segundo um comunicado dos jesuítas datado de 2 de dezembro do ano passado.

O superior-geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, confirmou no dia 14 de dezembro que o padre Rupnik tinha sido excomungado em maio de 2020 por ter confessado a uma das suas vítimas, medida que foi levantada em muito pouco tempo.

Rupnik foi expulso dos jesuítas em junho devido à sua “recusa repetida” em enfrentar as denúncias de abuso sexual e cumprir as restrições impostas.

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