Oct 16, 2023 / 14:18 pm
O livro Tolkien's Faith (A fé de Tolkien), de Holly Ordway, apresenta diversas evidências que demonstram a importância da fé católica para o renomado autor de O Senhor dos Anéis e O Hobbit, e como ela estava intimamente relacionada com suas obras de ficção.
A seguir, algumas das preciosas descobertas reveladas por Ordway sobre a fé católica do autor:
John Ronald Reuel Tolkien não nasceu em uma família católica
Ele nasceu em Bloemfontein, África do Sul (então um país membro da Comunidade das Nações) e foi batizado na Igreja Anglicana. Quando ele tinha 4 anos, seu pai morreu na África do Sul. Mabel, sua mãe, mudou-se permanentemente com a família para a Inglaterra.
Quando John tinha 8 anos, Mabel se converteu ao catolicismo e criou seus dois filhos (J.R.R. e seu irmão mais novo, Hilary Arthur) como católicos. Após a sua conversão, Mabel foi rejeitada pela família e privada de toda a assistência financeira, apesar de ser uma viúva com poucos recursos e problemas de saúde. No entanto, conseguiu incutir no futuro escritor um amor a Deus e à Igreja que o acompanharia ao longo da vida.
São João Henrique Newman teve uma forte influência na vida de Tolkien
Mabel recebeu formação em St. Anne's, uma paróquia perto de Birmingham, fundada por são João Henrique Newman. Após a sua conversão ao catolicismo, ela e seus filhos começaram a frequentar a missa e receberam formação católica no Oratório de Birmingham, também fundado por Newman em 1852.
A carreira acadêmica de J.R.R. Tolkien aconteceu na Universidade de Oxford, a mesma instituição acadêmica onde Newman se destacou.
Como a mãe de Tolkien e a maioria dos convertidos ao catolicismo na Inglaterra vitoriana, Newman sofreu ostracismo de seus ex-colegas e até mesmo de sua família. A irmã do futuro cardeal, Harriet, nunca mais falou com ele.
Durante seus dias em Oxford, Tolkien foi ativo na Sociedade Cardeal Newman e até se tornou seu vice-presidente.
Um padre cuidou dele após a morte de sua mãe
Tolkien e seu irmão Hilary ficaram órfãos quando sua mãe morreu, em 1904, por causa de uma doença relacionada ao diabetes. Antes de sua morte, ela havia nomeado um dos padres do oratório, padre Francis Morgan, um querido amigo da família, como o guardião das crianças em caso de morte.
Sob os cuidados e proteção do padre e dos demais membros do oratório, os irmãos Tolkien receberam educação.
O padre Morgan foi discípulo do cardeal Newman e chegou a ser o seu secretário. Tolkien se referiu a ele como “seu segundo pai” e descreveu o Oratório de Birmingham como “um lar católico exemplar, em sua máxima expressão”.
São Felipe Neri foi decisivo para o seu crescimento na fé
Compreender a vida e os ensinamentos de são Felipe Neri é essencial para compreender a fé de Tolkien, particularmente o senso de humor do santo, a sua insistência em cultivar a virtude da humildade e a sua devoção à música, às artes e à vida intelectual.
São Felipe fundou a Congregação do Oratório, em Roma no século XVI. Esta congregação provou ser tão influente e ter tanto sucesso que muitos oratórios surgiram em todo o mundo, incluindo o de Birmingham.
Tolkien escolheu Felipe como seu nome de crisma, em homenagem a são Felipe Neri. Se você olhar atentamente para o monograma de Tolkien, que ele mesmo desenhou, verá as cinco iniciais de seu nome. As letras J, R, R (uma delas está invertida) e T são fáceis de identificar. O P de Felipe não é tão óbvio, mas está habilmente incorporado ao R voltado para a frente, com uma pequena extensão no canto inferior direito.
Tolkien traduziu um livro da Bíblia do francês para o inglês
Tolkien fez uma excelente tradução do livro de Jonas do Antigo Testamento para a edição inglesa da renomada Bíblia de Jerusalém, em 1966. Alexander Jones, diretor do projeto de tradução da Bíblia de Jerusalém do francês para o inglês, se aproximou de Tolkien em 1957 e ele aceitou. Ele trabalhou principalmente com o texto francês, mas também aprendeu um pouco de hebraico quando necessário.
Na galeria de fotos da Bíblia de Jerusalém daquela edição, há uma imagem listando todos os tradutores e editores colaboradores, incluindo Tolkien.
Ele viveu um período de aridez espiritual
Tolkien viveu um período de aridez na sua fé católica durante cerca de 10 anos, de 1920 a 1930, no qual admite: “Por maldade e preguiça, quase deixei de praticar a minha religião…”. Foram anos difíceis, nos quais ele enfrentou um fraco desempenho acadêmico, trabalhou arduamente para avançar na carreira, enfrentou tensões no casamento devido à conversão da esposa ao catolicismo e assumiu cada vez mais responsabilidades à medida que sua casa se enchia gradualmente de filhos pequenos.
No entanto, ele saiu da sua “noite escura” com uma fé sólida, um amor inabalável por Deus, pelos santos, pela Igreja e pela Eucaristia. Como escreve Ordway em seu livro, “uma análise completa da [fé de Tolkien] revela uma vida marcada pela determinação e decisão”. Os cristãos de todas as tradições fariam bem em admirá-lo e imitá-lo.
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Seu terceiro nome tem origem bíblica
O terceiro nome de Tolkien, Reuel, é incomum, mas tem um significado importante para toda a sua família: era o segundo nome de seu pai. Seus pais deram esse nome aos dois filhos; e J.R.R. Tolkien, por sua vez, deu-o aos seus quatro filhos, incluindo a sua filha Priscilla. Seus descendentes deram continuidade à tradição: todos os netos e bisnetos de Tolkien têm “Reuel” como um de seus nomes. Mas o que isso significa? O nome “Reuel” vem do Antigo Testamento. Em hebraico significa “amigo de Deus”.
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