13 de dezembro de 2024 Doar
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Se alguém está vivendo em pecado, não podemos lhes dizer que está tudo bem, diz bispo da Letônia no sínodo

Dom Pablo Virgilio S. David de Kalookan, Filipinas (à esquerda), o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (centro), e o arcebispo Zbigņev Stankevičs de Riga, na Letônia (à direita) falam em conferência de imprensa do Sínodo hoje (18). | Daniel Ibáñez

Em resposta a uma pergunta sobre bênção de uniões homossexuais, o arcebispo de Riga, Letônia, dom Zbigņev Stankevičs, advertiu que dizer a alguém que vive em pecado que “está tudo bem” coloca essa pessoa em grande perigo espiritual.

Ao falar ontem (18) em uma coletiva de imprensa do Sínodo da Sinodalidade, dom Stankevičs disse que a Igreja ensina que as pessoas com atração pelo mesmo sexo devem ser aceitas com respeito, fazendo referência ao papa Francisco, de que há espaço para todos na Igreja.

“Acolhemos com amor e respeito, mas o amor verdadeiro não pode ser separado da verdade porque se o amor for separado da verdade, não é mais amor”, disse Stankevičs.

“Se há uma pessoa vivendo em pecado e dizemos a ela: 'Está tudo bem com você, está tudo bem, vá em frente', causamos danos porque essa pessoa está em perigo. Quando ela morrer, estará em grande perigo”, acrescentou.

O arcebispo também falou sobre a complementaridade entre homens e mulheres e que é a favor de dar às mulheres “mais espaço na Igreja, mas sem mudar o que está no Evangelho e o que está na tradição da Igreja”.

Em resposta às questões da participação das mulheres na Igreja e das bênçãos de uniões homossexuais, Stankevičs disse que “devemos ser fiéis às Sagradas Escrituras e ao que a Igreja descobriu há 2 mil anos ao interpretar as Escrituras”.

“Mas se falamos de bênção, eu diria que se um homossexual vier como pessoa física e disser: 'Eu gostaria de viver na graça de Deus', não vejo nenhuma contraindicação para orar por ele e ajudá-lo”, disse.

“Se dois vierem e disserem ‘queremos viver em castidade… e somos tentados’, vocês podem orar por eles e também abençoá-los para ajudá-los a viver na castidade”.

“Mas se dois vêm e dizem 'vivemos juntos como marido e mulher e queremos obter uma bênção', vejo aqui um grande problema porque desta forma abençoamos viver no pecado”, acrescentou.

Ele citou o Catecismo da Igreja Católica, que ensina no parágrafo 2358 que as pessoas com atração pelo mesmo sexo devem ser “acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza” e que “evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta”.

O arcebispo disse que passou pessoalmente por “uma conversão pastoral” em relação a esta questão e aprendeu a ser mais sensível nas suas interações.

“Jesus diz que devemos amar o próximo… também os homossexuais são nossos próximos e devo amá-los – amar em verdade… e não um amor que permite tudo”, acrescentou.

Durante a coletiva de imprensa, o arcebispo de Manaus (AM), cardeal Leonardo Steiner, foi questionado sobre declarações anteriores que fez em apoio a uniões homossexuais e se ele acredita que o Sínodo da Sinodalidade poderia apresentar “passos concretos” para que o ensino da Igreja mudasse sobre esse assunto.

Em resposta, Steiner disse que a assembleia sinodal deste mês não pretende “levar a determinações ou conclusões”.

“É desejo do papa que a sessão que terá lugar no próximo ano olhe para [questões concretas]”, disse, acrescentando que é “muito bom que este debate tenha surgido” sobre estes temas.

“Mas no que diz respeito às questões concretas, bem, elas terão de ser abordadas durante a sessão do próximo ano”, disse.

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