Oct 20, 2023 / 14:24 pm
Em um momento reflexivo do Sínodo da Sinodalidade, o papa Francisco celebrou uma liturgia e um momento de oração na Praça de São Pedro em nome dos migrantes e refugiados.
“Como o bom samaritano, somos chamados a fazer-nos próximos de todos os viandantes de hoje, para salvar a sua vida, cuidar das suas feridas, aliviar o seu sofrimento”. “Os migrantes devem ser acolhidos, protegidos, promovidos e integrados. Trata-se de uma responsabilidade a longo prazo”, disse o papa ontem (19), durante o evento.
Francisco iniciou o momento de oração por volta das 19h15 (hora local) com o sinal da cruz, invocando o Pai, o Filho e o Espírito Santo, em frente à escultura ‘Angels Unawares’ (Anjos sem o saber) do artista Timotny Schmalz, que representa um grupo diversificado de migrantes.
Depois, um dos leitores se dirigiu às dezenas de fiéis e membros do clero presentes com estas palavras: “Reunimo-nos esta tarde na Praça de São Pedro, perto do monumento ‘Angels Unawares’ para rezar por todos aqueles que perderam a vida ao longo das diversas rotas migratórias, por suas famílias, por aqueles que sobreviveram e por todos os refugiados e migrantes que ainda estão a caminho”.
A seguir, o papa Francisco iniciou uma oração:
Oremos.
Senhor, a quem ninguém é estranho
e ninguém está longe para receber ajuda,
olha com bondade para os refugiados e exilados,
para os homens e crianças segregados,
para que lhes conceda o retorno à sua terra natal
e a nós concedei a caridade efetiva
para com os necessitados e estrangeiros.
Por Jesus Cristo, nosso Senhor.
R/. Amém.
Depois, um padre leu a passagem do Bom Samaritano do Evangelho segundo são Lucas. Ao final, o papa Francisco fez uma reflexão.
“A estrada, que levava de Jerusalém a Jericó, não era segura, tal como hoje não o são as numerosas rotas migratórias que atravessam desertos, florestas, rios, mares”, disse.
“Quantos são roubados, espoliados e espancados no caminho! Partem enganados por traficantes sem escrúpulos; depois são vendidos como mercadoria de intercâmbio. Acabam sequestrados, prisioneiros, explorados e reduzidos à escravidão. São humilhados, torturados, estuprados. E muitos, muitos, morrem, sem nunca chegar à meta”, acrescentou.
“As rotas migratórias do nosso tempo estão cheias de homens e mulheres feridos e abandonados semimortos, cheias de irmãos e irmãs cujo sofrimento brada aos olhos de Deus. Com frequência, trata-se de pessoas que fogem da guerra e do terrorismo, como infelizmente temos visto nestes dias”, lamentou.
Neste contexto, o papa recordou que o que o Evangelho propõe é pôr em prática a “compaixão”, que descreveu como a “marca de Deus no nosso coração”. “O estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura: este é o estilo de Deus. E a compaixão é a marca de Deus no nosso coração. Esta é a chave. Aqui está o ponto de viragem”, disse.
Convidou também a se preparar “para os desafios das migrações de hoje, cientes naturalmente das questões críticas que levantam, mas também das oportunidades que oferecem para o crescimento de sociedades mais inclusivas, mais graciosas, mais pacíficas”.
“Temos todos de nos comprometer em tornar mais segura a estrada, para que os viandantes de hoje não caiam vítima dos salteadores. É necessário dobrar de esforços para combater as redes criminosas, que especulam sobre os sonhos dos migrantes; mas ocorre igualmente indicar-lhes estradas mais seguras”, acrescentou.
Para o papa, no atual cenário mundial, “é evidente a necessidade de fazer dialogar as políticas demográficas e económicas com as políticas migratórias, em benefício de todas as pessoas implicadas, sem nunca nos esquecermos de colocar no centro os mais vulneráveis”.
“E é preciso também promover uma abordagem comum e corresponsável da governação dos fluxos migratórios, que parecem destinados a aumentar nos próximos anos”, continuou.
No final da sua reflexão, o papa Francisco convidou a fazer um breve momento de silêncio para recordar “todos aqueles que não conseguiram realizar o seu intento, que perderam a vida ao longo das várias rotas migratórias, e quantos foram explorados, escravizados”.
Depois, começou a apresentação das intenções de oração, lembrando que “cada dia da nossa vida é uma graça do Senhor, uma oportunidade colocada em nossas mãos para fazer o bem e construir o Reino de Deus”.
Neste momento, pediu-se ao Senhor especialmente pela Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, pela Igreja, pelas vítimas das rotas migratórias, pelos refugiados e migrantes e, finalmente, pela paz.
O papa Francisco concluiu o momento de oração com um Pai-Nosso e a bênção apostólica.
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