21 de novembro de 2024 Doar
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Um cristão de verdade jamais vota em partido e político que aprovam aborto, diz bispo de Campina Grande

Dom Dulcênio Fontes de Matos (imagem ilustrativa) | Facebook Catedral Diocesana N. Sra. da Conceição - Campina Grande

“Um cristão de verdade jamais votará em um partido que aprova o aborto ou em um político que aprova o aborto. Acorde, minha gente”, disse o bispo de Campina Grande (PB), dom Dulcênio Fontes de Matos, na homilia de domingo (22), na catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande.

O bispo falou sobre “o desejo irracional de alguns que, em nome de um faz de conta dos direitos humanos, lutam de todas as formas pela aprovação da lei do aborto a partir dos três meses de gestação, como se o que está no ventre fosse uma coisa e não um ser humano em processo de formação para vir ao mundo”.

No dia 22 de setembro deste ano, começou o julgamento no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442. Essa ação foi apresentada em 2017 pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), pedindo a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação.

Na madrugada daquele dia, a então presidente da Corte e relatora da ação, ministra Rosa Weber, votou a favor. Logo em seguida, ainda na madrugada, o atual presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, pediu destaque, suspendendo o julgamento, sem nova data. Dias depois, no começo de outubro, Weber se aposentou.

No dia 6 de outubro, Barroso disse ao jornal Folha de S. Paulo que “não há nenhuma previsão para marcar o julgamento sobre a descriminalização do aborto até o terceiro mês de gestação”, pois “esse é um tema que ainda precisa de mais debate na sociedade”.

Em sua homilia de domingo, dom Dulcênio disse que quem busca legalizar o aborto perdeu “a noção do pecado”. “E quero dizer aqui, bem claro para vocês que estão nessa igreja e para todos que estão me ouvindo agora pelas redes sociais e o rádio: aqueles que votam em partidos políticos que lutam pela aprovação do aborto ou para políticos que nos representam com essa ideia, não pense que o seu pecado é menor que o dele”, disse o bispo.

Para dom Dulcênio é preciso “ter mais consciência de quem estamos votando e o partido que estamos votando”. “Ou você é cristão ou não é cristão. Não podemos fazer de conta, meus irmãos. Chega”, disse.

O princípio de Justiça

Dom Dulcênio refletiu em sua homilia sobre o Evangelho do 29º domingo do tempo comum (Mt 22,15-21). Ele disse que gosta de elucidar o princípio de justiça com as palavras de Jesus: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que de Deus” (Mt 22,21).

“Observando tantas situações iníquas e degradantes que minimizam a dignidade de toda e qualquer vida humana em geral, falando de justiça, devemos também pensar neste dever que nos urge: sermos justos, e isso já a partir das pequenas coisas”, disse.

O bispo exortou a pensar “na fidelidade, na honestidade para com as coisas deste mundo”, nunca se “esquecendo de que, nas mãos Daquele que é o Providente, somos Seus instrumentos de justiça e de misericórdia; de uma justiça que transparece o amor de Deus pela humanidade”.

“No relativismo, na mentalidade do lucro, no mundo dos mais espertos, o cristão deve se destacar, fazendo o diferente – o que nos impera o Evangelho –, porque as lições do amor nunca se fizeram tão prementes quanto hoje. O cristão é aquele que deve pensar o mundo não simplesmente a partir de si, mas, sobretudo, de Deus, com o Seu olhar. Assim, devemos colocar em primeiro lugar Deus”, disse.

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