5 de dezembro de 2024 Doar
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“As ordens sagradas são reservadas aos homens”, diz o papa Francisco sobre diaconisas

O papa Francisco acena a peregrinos na praça de São Pedro, no Vaticano, durante seu discurso do ângelus em 15 de outubro de 2023. | Vatican Media

O papa Francisco reafirmou a impossibilidade de as mulheres se tornarem sacerdotes, ou mesmo diaconisas na Igreja moderna, numa entrevista para um livro lançado na terça-feira (24) na Itália.

A questão de saber se algumas mulheres na Igreja primitiva eram “diaconisas” ou outro tipo de colaboradoras dos bispos “não é irrelevante, porque as ordens sagradas são reservadas aos homens”, disse o papa.

As respostas do papa às perguntas sobre o papel das mulheres na Igreja foram incluídas em um livro publicado em junho em espanhol como “El Pastor: Desafíos, razones y reflexiones sobre su pontificado” (O Pastor: Desafios, razões e reflexões sobre seu pontificado).

O livro foi lançado em italiano na terça (24). A edição italiana é intitulada “Non Sei Solo: Sfide, Risposte, Speranze” ou “Você não está sozinho: desafios, respostas, esperanças”.

Sobre a possibilidade de mulheres diaconisas, Francisco destacou que o diaconato “é o primeiro grau das ordens sagradas na Igreja Católica, seguido pelo sacerdócio e, finalmente, pelo episcopado”.

Ele disse que formou comissões em 2016 e 2020 para estudar mais a questão, depois de um estudo feito na década de 1980 pela Comissão Teológica Internacional ter estabelecido que o papel das diaconisas na Igreja primitiva “era comparável às bênçãos das abadessas”.

Em resposta a uma pergunta sobre por que ele é “contra o sacerdócio feminino”, Francisco disse ao jornalista argentino Sergio Rubin e à jornalista italiana Francesca Ambrogetti, autores do livro, que se trata de “um problema teológico”.

“Acho que a essência da Igreja seria minada se considerássemos apenas o ministério sacerdotal, ou seja, a via ministerial”, disse o papa, salientando que as mulheres espelham a noiva de Jesus, a Igreja.

“O fato da mulher não ter acesso à vida ministerial não é uma privação, porque o seu lugar é muito mais importante”, disse. “Acho que erramos na nossa catequese ao explicar estas coisas e, em última análise, recorremos a um critério administrativo que não funciona a longo prazo”.

“Por outro lado, no que diz respeito ao carisma das mulheres, quero dizer muito claramente que, pela minha experiência pessoal, elas têm uma grande intuição eclesial”, disse o papa.

Ao ser questionado se a ordenação de mulheres aproxima “mais pessoas da Igreja” e se o celibato sacerdotal opcional ajuda na escassez de padres, o papa Francisco disse que não partilha destas opiniões.

“Os luteranos ordenam mulheres, mas ainda poucas pessoas vão à igreja. Seus sacerdotes podem casar, mas apesar disso não conseguem aumentar o número de ministros. O problema é cultural. Não devemos ser ingênuos e pensar que as mudanças programáticas nos trarão a solução”, disse o papa.

“Meras reformas eclesiásticas não servem para resolver questões subjacentes. Em vez disso, são necessárias mudanças paradigmáticas”, acrescentou, apontando para a sua carta de 2019 aos católicos alemães para mais considerações sobre a questão.

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