23 de novembro de 2024 Doar
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Como uma perda trágica levou um empresário de sucesso ao sacerdócio

Padre Peter Adamski. | Cortesia do padre Peter Adamski

Aos 66 anos, Peter Adamski se tornou padre na cidade de Stratford, Connecticut, na Igreja de St. James. Mas o seu caminho para o sacerdócio não foi uma jornada típica.

Quando adolescente, Adamski acreditava que o Senhor o estava chamando para ser padre. Isso mudou rapidamente quando um dia, no campus de sua faculdade, aos 19 anos, ele colocou os olhos em Kathy, a mulher que se tornaria sua esposa por 40 anos.

“Eu subo este lance de escadas e vejo uma visão encostada na parede”, disse Adamski ao correspondente da EWTN, Colm Flynn, em uma entrevista para o “EWTN News In Depth”.

Foi amor à primeira vista, disse Adamski, e os dois se casaram menos de dois anos depois.

Adamski ingressou na empresa farmacêutica Johnson & Johnson aos 26 anos e rapidamente se tornou um empresário de sucesso.

“Fiquei atraído pela arte do negócio”, disse. “E acabei trabalhando no escritório do tesoureiro corporativo, fazendo negócios globalmente para a J&J”.

Embora Pedro nunca perdesse a obrigação dominical de assistir à missa, ele admitiu que sua vida de oração e até mesmo seu casamento estavam caindo no esquecimento.

Um dia, Kathy o confrontou em seu escritório: “Ela disse: 'Peter, você não pode servir a Deus e ao dinheiro e sua carreira corporativa é o seu dinheiro e você está colocando este casamento em risco'”.

“Ela estava absolutamente certa. Quer dizer, fiquei muito motivado ao subir a escada corporativa. Nunca foi suficiente”, disse. “Eu precisava de mais, mais e mais”.

Adamski interpretou isso como um alerta e começou a se concentrar mais em seu casamento. Depois, ele e sua esposa tiveram um filho, John. Tudo parecia estar indo perfeitamente para a família de três pessoas até que receberam uma notícia inesperada: Kathy foi diagnosticada com câncer e Alzheimer precoce.

“O dia mais difícil de nossas vidas juntos foi 28 de outubro de 2010, quando saímos do Hospital Presbiteriano de Columbia”, contou. “'Aos 61 anos, você tem Alzheimer de início precoce'”.

“Ainda posso nos ver abraçados na calçada sabendo o que acabaram de nos dizer – não há cura para o Alzheimer, é um longo adeus. E eu sabia que nossa visão de envelhecermos, ficarmos curvados e termos cabelos grisalhos juntos não iria acontecer”.

“Se Kathy estivesse sentada aqui hoje, ela lhe contaria aqueles sete tipos de câncer diferentes que ela tinha, a doença renal, o transplante de rim –o diagnóstico de Alzheimer foi o mais difícil”, disse.

Com o passar dos anos, Kathy começou a perder lentamente a memória. Ela começou a fazer as mesmas perguntas repetidamente e sempre que Adamski tinha que sair de casa, mesmo que fosse apenas para passear com o cachorro, ele tinha que deixar post-its pela casa lembrando-a de onde ele estava.

Para Peter, quando Kathy se esqueceu de onde os dois se casaram “foi como uma faca entrando no coração”.

Apesar do sofrimento pelo qual passou, Adamski nunca questionou Deus por que isso estava acontecendo com ele.

“Olhe para Ele na cruz, o que Ele fez por nós naquela cruz – fale sobre amor sacrificial”, disse

Kathy morreu em 10 de outubro de 2014, nos braços de Peter, em casa.

“Eu estava com minha mão direita segurando a mão direita dela, acariciando seus cabelos, dizendo a ela o quanto eu a amava, agradecendo por compartilhar sua vida comigo, me dar um filho, e dizendo a ela que ela estava prestes a ver o rosto de Cristo”, lembrou.

“E enquanto recitava o Pai-Nosso, observei-a dar seu último suspiro. Uma morte mais pacífica e santa... essa foi a morte feliz”.

Três dias antes de mprrer, Kathy disse algumas palavras finais ao marido.

“Ela disse as últimas palavras que falou comigo”, recordou Adamski. “Eu disse: 'Estou pensando em me tornar padre', e suas últimas palavras para mim foram: 'Peter, vá em frente e, se houver alguma maneira, eu o confortarei'”.

Ele contou que era como se pudesse ouvir o Senhor dizer: “Agora você é meu”.

Adamski decidiu abrir mão de seus luxos para viver uma vida mais simples, dizendo que então se sentia “livre”.

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“Quando vi minha esposa na minha sala prestes a morrer, todas as coisas que tínhamos não significavam nada, sem sentido. Tudo se foi. O que importa foi o amor que compartilhamos”, disse.

Adamski é padre há quatro anos e chama isso de “uma experiência alegre”. Ele disse acreditar que o seu casamento o ajudou a ser um padre melhor, embora não defenda padres casados ​​e acredite que os dois precisam ser “separados”.

Agora, aos 70 anos, ele sente que sua vida está mais plena do que nunca, ao mesmo tempo em que mantém a memória de Kathy perto de seu coração. Seu filho, John, assiste a muitas de suas missas.

“Acordo todas as manhãs dizendo: 'Senhor, faço tudo hoje para sua honra e glória e obrigado por meu sacerdócio'”.

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