21 de novembro de 2024 Doar
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“Hoje as pessoas preferem ter um cachorro a um filho”, diz o papa Francisco

Papa Francisco na audiência geral - Uma pessoa carrega um cachorro. | Elizabeth Alva – ACI Prensa/Pixabay.

Ao receber no sábado (18) no Vaticano uma associação de otorrinolaringologistas e pediatras italianos, o papa Francisco lamentou que hoje as pessoas prefiram ter cachorrinhos em vez de filhos.

“Vocês, pediatras, em especial, são referências para os casais jovens. Ajudam-nos na tarefa de acompanhar as crianças em crescimento. Os filhos são sempre um dom e uma bênção do Senhor”, disse o papa no seu discurso.

“A Itália é um país envelhecido: esperamos que a tendência possa ser revertida, criando condições favoráveis ​​para que os jovens tenham mais confiança e redescubram a coragem e a alegria de se tornarem pais”, continuou.

“Talvez eu não devesse dizer isso, mas digo: hoje as pessoas preferem ter um cachorro a um filho. Sua tarefa é muito limitada, mas a dos veterinários está crescendo, né? E isso não é um bom sinal, não é um bom sinal”, disse o papa Francisco.

Não é a primeira vez que o papa se refere ao tema. Em maio deste ano ele disse que teve que repreender uma mulher que tratava seu cachorro como filho. Em janeiro de 2022 ele lamentou que muitos casais deem a cães e gatos o lugar de seus filhos.

“Muitos casais não têm filhos porque não querem ou têm apenas um porque não querem mais, mas têm dois cães, dois gatos... Sim, os cães e os gatos substituem os filhos”, disse o papa Francisco naquela ocasião.

Dois fenômenos perigosos na saúde

No discurso de sábado, o papa disse que “dois fenômenos opostos e igualmente perigosos estão se difundindo: por um lado, a busca pela saúde a todo o custo, a utopia de eliminar a doença, retirando a experiência cotidiana de vulnerabilidade e limite”.

Por outro lado, “o abandono dos mais fracos e frágeis, em alguns casos a proposta da morte como único caminho. Mas uma medicina que renuncia à cura e se entrincheira atrás de procedimentos desumanizados e desumanizantes já não é a arte de curar”.

Nesta situação, disse o papa Francisco, é necessária a verdadeira compaixão, aquela demonstrada pelo Bom Samaritano do Evangelho, “que não se afasta, mas se inclina sobre o homem ferido e acalma o seu sofrimento, sem fazer perguntas, sem se deixar fechar o coração e a mente por preconceitos, sem pensar nas suas próprias vantagens”.

Embora não a tenha mencionado, as palavras do papa surgem poucos dias depois da morte da bebê Indi Gregory, de oito meses, no Reino Unido, que foi desligada do suporte vital que a mantinha viva, uma decisão judicial tomada contra a vontade dos pais.

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