17 de novembro de 2024 Doar
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Santa Sé veta discutir ordenação de mulheres e homossexualidade com Caminho Sinodal Alemão

Cardeal Pietro Parolin. | Claude Truong-Ngoc via Wikimedia Commons (CC BY-SA 4.0).

A Santa Sé informou por escrito aos bispos alemães que a ordenação de mulheres e as mudanças na doutrina da Igreja sobre atos homossexuais não podem ser temas de discussão nas próximas reuniões com os delegados do Caminho Sinodal alemão em Roma.

A carta, datada de 23 de outubro, também lembrou aos bispos as potenciais consequências disciplinares para qualquer pessoa que desafie a doutrina da Igreja.

Escrita pelo secretário de Estado da Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin, e dirigida à secretária geral da Conferência Episcopal Alemã, Beate Gilles, a carta foi distribuída a todos os bispos diocesanos alemães.

A autenticidade do documento foi verificada hoje (24) pela CNA Deutsch, agência em alemão da EWTN a que pertence ACI Digital.

A carta, mais recente ítem de uma lista crescente de intervenções da Santa Sé em relação ao Caminho Sinodal Alemão, foi publicada hoje (24) na íntegra pelo jornal católico alemão Tagespost .

Perigo de “iniciativas paralelas”

Bispos alemães e representantes da cúria romana reuniram-se no Vaticano em julho para discussões sobre o Caminho sinodal Alemão. As conversas vão continuar em janeiro, abril e julho de 2024. Espera-se que abranjam eclesiologia, antropologia, moralidade e liturgia.

A carta da Santa Sé lembrou aos bispos alemães o Sínodo da Sinodalidade em curso em Roma: “Considerando o curso do caminho sinodal alemão até agora, é preciso primeiro dar-se conta de que está atualmente em curso um caminho sinodal universal, convocado pelo papa”.

A carta destaca que é “portanto necessário respeitar este caminho da Igreja universal e evitar a impressão de que estão em curso iniciativas paralelas que são indiferentes ao esforço de ‘caminhar juntos’ ”.

Linha traçada sobre ordenação de mulheres e atos homossexuais

À luz da decisão do Caminho Sinodal Alemão de pressionar pela ordenação de mulheres, a carta lembrou aos bispos alemães que o papa Francisco repetida e “expressamente reafirmou” o que o papa são João Paulo II escreveu na carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis sobre a Igreja “não ter autoridade alguma” para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”.

Ao citar o papa Francisco sobre a importância de reconhecer o papel e a dignidade das mulheres – dado que “uma mulher, Maria, é mais importante que os bispos”, como disse o papa na exortação apostólica Evangelii Gaudium – a carta também alertou sobre “consequências disciplinares” para aqueles que infringem a doutrina, incluindo potencial excomunhão por “tentativa de ordenar uma mulher”.

Atos homossexuais

A carta do cardeal Parolin aos bispos alemães diz “outra questão sobre a qual uma Igreja local não tem possibilidade de ter uma opinião diferente se refere aos atos homossexuais”.

“Pois mesmo que se reconheça que, de um ponto de vista subjetivo, podem existir vários fatores que nos exortam a não julgar as pessoas, isso não altera de forma alguma a avaliação da moralidade objetiva destes atos”, continua a carta. O Catecismo da igreja Católica afirma que os atos homossexuais são objetivamente desordenados, isto é, errados independentemente das razões ou circunstâncias de quem os pratica.

A carta da Santa Sé também fez referência à carta de 2019 do papa Francisco aos católicos na Alemanha. Nela, o papa adverte contra “o grande pecado do mundanismo e do espírito mundano antievangélico”.

Em janeiro deste ano, o papa Francisco foi mais explícito, criticando o caminho Sinodal Alemão como “elitista” e “nem útil nem sério”.

Mais recentemente, numa carta datada de 10 de novembro, o papa expressou novamente profundas preocupações sobre o caminho sinodal alemão. Ele alertou que as medidas tomadas por este segmento da Igreja local ameaçam divergir do caminho da Igreja universal, especialmente o esforço dos alemães para estabelecer um “conselho sinodal” permanente, uma mistura de leigos e bispos para governar a Igreja Católica na Alemanha.

Em vez disso, o papa Francisco sugeriu uma abordagem alternativa para a Igreja na Alemanha, enfatizando a necessidade de oração, penitência e adoração.

As reações alemãs a esta última intervenção de Roma mostrarão o quanto os organizadores do caminho sinodal levaram a sério os apelos do papa.

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