5 de dezembro de 2024 Doar
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Bispos da Alemanha e da Polônia conversam sobre tensões geradas pelo Caminho Sinodal Alemão

O bispo de Limburgo, Alemanha, dom Georg Bätzing, e o arcebispo de Poznan, Polônia, dom Stanisław Gądecki | Bistum Limburg/Episkopat.pl. / Bistum Limburg/Episkopat.pl

Uma discussão pública entre os presidentes da Conferência Episcopal Alemã e da Conferência Episcopal Polonesa teve uma reviravolta na segunda (27), quando ambos os bispos se encontraram pessoalmente para discutir o que o bispo alemão chamou de “irritações”.

O bispo de Limburgo, Alemanha, dom Georg Bätzing, e o arcebispo de Poznan, Polônia, dom Stanisław Gądecki, fizeram declarações na segunda (27) às vésperas da reunião plenária anual do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) em Malta.

A Conferência Episcopal Alemã confirmou o encontro, que aconteceu depois de uma carta de Bätzing ao bispo polonês ser publicada em 21 de novembro, na qual o bispo alemão acusava o arcebispo polonês de fazer “declarações falsas sobre o Caminho Sinodal [Alemão]”, processo de discussão que se estende desde 2019 entre bispos e uma associação de leigos empregados pela Igreja na Alemanha. Já foram aprovadas propostas de mudar a doutrina moral da Igreja no que se refere a sexo, ordenar mulheres, acabar com o celibato sacerdotal e estabelecer um órgão supervisor acima dos bispos. 

Bätzing acusou o arcebispo polonês de “ultrapassar a sua autoridade” e de “comportamento pouco fraterno” ao não levantar a questão durante a reunião sinodal no Vaticano. O bispo alemão não explicou como o arcebispo polonês deveria ter feito isso, dado o tempo limitado concedido aos delegados para discursos.

Os dois bispos já trocaram opiniões sobre a iniciativa alemã: Em 2022, Gądecki levantou preocupações sobre se o processo alemão estava enraizado no Evangelho.

'Irritações surgiram'

Depois da conversa entre os dois bispos na segunda (27), Bätzing disse que eles conversaram “francamente” um com o outro, “antes de celebrarmos juntos a santa missa, sobre as irritações que surgiram”.

“Concordamos que estes não são tempos fáceis para a Igreja em ambos os países”, continuou Bätzing, “e que queremos permanecer juntos como vizinhos, especialmente nestes tempos, mesmo que percebamos diferenças culturais na diversidade legítima do catolicismo e procuremos nosso caminho para um bom futuro, no qual pretendemos testemunhar as boas novas às pessoas, como sempre fizemos.”

O bispo alemão acrescentou que, no futuro, “as questões que surgirem e possíveis mal-entendidos na nossa percepção mútua devem ser abordadas e anunciadas de forma experimentada e testada no Grupo de Contato Alemão-Polonês”.

Não está claro se esta manobra do bispo alemão vai acalmar as preocupações sobre o Caminho Sinodal. Não só os receios de um novo cisma na Alemanha aumentaram nos últimos meses, mas durante anos foram levantadas publicamente preocupações sobre o Caminho Sinodal por líderes da Igreja, não só da Polônia, mas também dos países nórdicos e de todo o mundo.

A Santa Sé também interveio repetidamente contra o Caminho Sinodal Alemão.

No dia 24 de novembro, a Santa Sé informou aos bispos alemães que a ordenação de mulheres e as mudanças na doutrina da Igreja sobre atos homossexuais não podem ser temas de discussão nas próximas reuniões com os delegados do Caminho Sinodal Alemão no Vaticano.

No início deste mês, o papa Francisco escreveu em alemão uma carta a quatro leigas alemãs que deixaram o Caminho Sinodal Alemão sobre “preocupações” quanto à Igreja Católica na Alemanha.

O presidente da Conferência Episcopal Alemã e outros organizadores do Caminho Sinodal rejeitaram ou condenaram todas as preocupações.

Na sua última carta a Gądecki, Bätzing afirmou que “em nenhum lugar dos textos do Caminho Sinodal” havia uma “intenção de provocar uma revolução na Igreja universal”.


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