Dec 13, 2023 / 13:21 pm
Uma exposição de presépios na igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ) recorda os 800 anos do primeiro presépio montado por são Francisco de Assis em Greccio, Itália, em 1223. A mostra reúne mais de 50 presépios de diferentes países e regiões do Brasil), no local em que funciona o convento da Ordem dos Frades Menores.
Frei Bruno Cezário, da Pastoral da Comunicação da igreja do Sagrado, contou que a exposição acontece todos os anos, mas neste ano “é especial” por causa dos 800 anos do primeiro presépio. “Entre os três pilares da espiritualidade franciscana, encontramos a Eucaristia, a Cruz e a Encarnação”, disse. O frade disse que quando são Francisco fez a representação do primeiro presépio, queria “que as pessoas pudessem sentir a proximidade da vinda do Senhor” de modo “sensível e palpável” e pudessem “ter a experiência de que o Menino estava ali também”.
O frade Tomás de Celano (1200-1260), que escreveu a biografia de são Francisco de Assis, contou que havia no povoado de Greccio um “homem chamado João, de boa fama e vida ainda melhor, a quem São Francisco tinha especial amizade”. Cerca de 15 dias antes do Natal de 1223, são Francisco lhe disse: “Se você quiser que nós celebremos o Natal de Greccio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que vou dizer. Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro”. João fez como o santo lhe tinha indicado.
“Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro. Greccio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade”. Naquele mesmo local foi celebrada a missa. Francisco, que era diácono, “cantou com voz sonora o santo Evangelho” e “depois pregou ao povo presente, dizendo coisas maravilhosas sobre o nascimento do Rei pobre e sobre a pequena cidade de Belém”.
Segundo o relato, naquele local, “um homem de virtude teve uma visão admirável. Pareceu-lhe ver deitado no presépio um bebê dormindo, que acordou quando o santo chegou perto. E essa visão veio muito a propósito, porque o menino Jesus estava de fato dormindo no esquecimento de muitos corações, nos quais, por sua graça e por intermédio de são Francisco, ele ressuscitou e deixou a marca de sua lembrança. Quando terminou a vigília solene, todos voltaram contentes para casa”.
A palha usada no presépio foi guardada e depois serviu de alimento para animais que estavam doentes e ficaram curadas. Homens e mulheres também “conseguiram a cura das mais variadas doenças”.
“O lugar do presépio foi consagrado a um templo do Senhor e no próprio lugar da manjedoura construíram um altar em honra de nosso pai Francisco e dedicaram uma igreja, para que, onde os animais já tinham comido o feno, passassem os homens a se alimentar, para salvação do corpo e da alma, com a carne do cordeiro imaculado e não contaminado, Jesus Cristo Nosso Senhor”, completou Celano.
Desde então, a tradição dos presépios se expandiu para diferentes locais.
Os presépios da exposição franciscana em Petrópolis “são selecionados a partir de um acervo da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil”, disse o frei Cezário. Segundo ele, as “cerca de 40 fraternidades” da província fazem exposições. “Então, a partir da disponibilidade e de algo que possa ser diferente para a cultura local, fazemos a seleção para que as pessoas possam conhecer um pouco do acervo”.
Entre os presépios, há os que representam a cultura chinesa, peruana, angolana e outras. Quanto aos brasileiros, frei Cezário disse que há presépios regionais, com elementos da cultura do Nordeste, do Norte, da própria cidade de Petrópolis, já que “o Brasil é muito grande e, para ter um presépio bem brasileiro, teríamos que ter um pouquinho de cada região”.
“Fazer essa exposição a partir de várias culturas, seja brasileira ou internacional, falar dessa momento da encarnação e aproximá-lo das diversas culturas é também trazer essa ideia de que Deus se torna próximo de nós”, disse o frade.
A exposição foi inaugurada no dia 2 de dezembro e ficará aberta ao público até o dia 7 de janeiro, de segunda a sexta-feira, das 15h às 19h30, e sábados e domingos, das 8h30 às 11h30 e das 15h às 19h30.
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar