6 de dezembro de 2024 Doar
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Beneditinas argentinas chegam para viver a pedido do papa na última casa de Bento XVI

Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano | Krzysztof Golik, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons.

A cidade do Vaticano tem novas inquilinas: sete monjas da Argentina que, a pedido do papa Francisco, vão morar no mosteiro Mater Ecclesiae, casa onde Bento XVI morou durante quase uma década.

São seis monjas e sua abadessa da Ordem Beneditina que viviam a sua vida religiosa na Abadia de Santa Escolástica de Vitória, na província de Buenos Aires, dentro da diocese de San Isidro, Argentina.

As monjas desembarcaram em Roma na manhã da quarta-feira (3) e foram recebidas pelo cardeal Fernando Vérguez Alzaga, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, responsável por tudo relacionado ao mosteiro.

Antes de seguirem para sua nova casa, as monjas beneditinas visitaram a réplica da Gruta de Lourdes, nos Jardins do Vaticano, para rezar e cantar diante da imagem de Nossa Senhora.

No sábado (6), as religiosas participaram da santa missa da Epifania na Basílica de São Pedro. No final da celebração, o papa Francisco cumprimentou-as: “Bem-vindas de todo o coração. Vocês vão trazer espiritualidade, muito obrigado”, disse o papa às freiras.

A finalidade do mosteiro Mater Ecclesiae

Segundo a Santa Sé, o papa Francisco ordenou, através de uma carta manuscrita datada de 1º de outubro, que o local “retome a sua finalidade original” de tal forma que “as ordens contemplativas apoiem o Santo Padre na sua solicitude cotidiana por toda a Igreja, através do ministério da oração, da adoração, do louvor e da reparação, sendo assim uma presença orante no silêncio e solidão”.

As monjas beneditinas “aceitaram generosamente o convite”.

O mosteiro que foi a última residência de Bento XVI, situado entre as colinas destes jardins, foi erguido como mosteiro feminino de vida contemplativa com o título de Mater Ecclesiae (Mãe da Igreja) por são João Paulo II em 1994.

Entre 1994 e 2012, quatro comunidades da ordem de santa Clara, das carmelitas descalças, de são Bento e da visitação de Santa Maria se sucederam no local.

Em 2013, após a renúncia de Bento XVI ao papado, o mosteiro passou a ser sua residência, onde permaneceu até sua morte, em 31 de dezembro de 2022, na companhia do arcebispo Georg Gänswein e de quatro consagradas.

A Abadia de Santa Escolástica de Victoria

A abadia de Santa Escolástica de la Victoria foi fundada em 1941. Quase três anos antes, a construção do templo havia começado na solenidade da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro de 1938, a pedido do prior da abadia de San Benito em Buenos Aires, padre Andrés Azcárate.

As futuras freiras argentinas se formaram na abadia de Santa Maria, em São Paulo (SP), Brasil. Em setembro de 1941, “quatro brasileiras com votos solenes, seis argentinas com votos temporários e uma irmã convertida” partiram para a Argentina, formando a comunidade fundadora, como conta em seu site.

Em 1946, o mosteiro adquiriu o estatuto de abadia, sendo madre Plácida de Oliveira nomeada a primeira abadessa. Ela morreu em 1948 e foi sucedida por madre Mectildis Cecília Santangelo. Em 1977, madre María Leticia Riquelme foi nomeada abadessa, com permissão especial porque ainda não tinha 35 anos, e fez outras três fundações na Argentina.

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