16 de dezembro de 2024 Doar
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Missa em latim é celebrada no Capitólio um ano depois de relatório do FBI contra católicos tradicionais

Uma missa tradicional em latim foi celebrada ontem no Capitólio dos EUA. | Ryan Ellis

Um ano depois de o escritório do FBI em Richmond, EUA, ter enviado um relatório descrevendo uma investigação sobre católicos tradicionalistas, uma missa em latim foi celebrada ontem (23) no Capitólio dos EUA com o apoio do presidente da Câmara, Mike Johnson, e de dois outros membros republicanos da Câmara.

“Em 23 de janeiro de 2023, o FBI divulgou um relatório interno no qual os católicos tradicionais eram chamados de ‘extremistas violentos’ e comparados a ‘terroristas domésticos’”, disse uma nota sobre a missa.

“Hoje, no aniversário de um ano desse relatório, celebramos a missa tradicional em latim no Capitólio dos Estados Unidos, tão totalmente americanos quanto qualquer outra pessoa”, disse a nota.

O tesoureiro da Arlington Latin Mass Society, Ryan Eliis, que coordenou o evento, disse ontem à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital, que havia cerca de 60 a 70 participantes na missa.

Ellis disse que nenhum membro do Congresso estava presente porque estavam fora da cidade para recesso, mas que ajudaram a coordenar a missa. O deputado Dan Meuser, que Ellis disse ter ajudado a tornar o evento possível, é católico, enquanto o presidente da Câmara Johnson é batista, e o outro congressista envolvido, o deputado Jim Jordan, é protestante.

Ele disse que alguns funcionários estavam lá, mas não especificou de qual escritório. Contou que a organização foi muito intencional sobre quem foi convidado, para que a notícia não se espalhasse muito.

“Sacrificamos intencionalmente parte do conhecimento da missa porque queríamos ser discretos sobre ela”, disse. “Isso foi algo que, dada a atmosfera da Traditionis custodes por aqui, poderia facilmente ter sido interrompido pela arquidiocese de Washington.”

Em julho de 2021, o papa Francisco publicou a carta apostólica Traditionis custodes, que estabeleceu novas diretrizes sobre como o rito antigo da missa poderia ser celebrado. A Santa Sé publicou diretrizes adicionais em fevereiro de 2023 que esclareceram que quaisquer dioceses que quisessem conceder às paróquias dispensas especiais para celebrar a missa tradicional precisavam da aprovação expressa da Santa Sé para o fazer. O resultado destas instruções foi uma restrição à celebração da missa tradicional em latim em todo o mundo.

Em linha com Traditionis custodes , o arcebispo de Washington, cardeal Wilton Gregory, publicou as suas próprias diretrizes litúrgicas em julho de 2022, nas quais reduziu para três o número de paróquias que poderiam celebrar a missa tradicional em latim.

A CNA entrou em contato ontem com a arquidiocese para comentar o assunto, mas não recebeu resposta imediata.

Ellis disse à CNA que, com a aproximação do primeiro aniversário do relatório, pensou: “Deveríamos ver se podemos fazer algo que mostre que a maioria da Câmara está ao lado dos católicos tradicionais contra esta perseguição do FBI”.

“Eles já supervisionaram muito isso, mas seria uma forma simbólica e encarnada de mostrar esse apoio”, disse.

A missa foi originalmente planejada para acontecer em uma pequena sala no Capitólio, mas os organizadores tiveram que transferi-la para uma sala “provavelmente três vezes maior”, disse Ellis, ao citar o grande número de confirmações de presença de pessoas que queriam comparecer.

Ellis disse que a organização estava trabalhando com o grupo de defesa católico CatholicVote para divulgar o evento.

Contou também que a missa foi “ótima” e que recebeu muitos comentários positivos de quem compareceu.

“Então foi muito legal. E certamente nada que o Capitólio tenha visto, eu acho, há muito tempo, ou nunca”, disse.

Ele disse que o padre que celebrou a missa pediu para permanecer anônimo.

CNA entrou em contato com cada congressista para comentar, mas não recebeu resposta.

O relatório vazado do FBI, datado de 23 de janeiro de 2023, diz que extremistas violentos com motivação racial ou étnica provavelmente ficarão mais interessados ​​na “ideologia católica radical-tradicionalista” nos próximos 12 a 24 meses “no período que antecede o próximo ciclo eleitoral geral”.

O relatório aponta para potenciais “questões políticas de interesse mútuo” entre católicos “radicais-tradicionais” e extremistas violentos, tais como “direitos ao aborto, imigração, ação afirmativa e proteções aos LGBTQ”.

Marcado como “não classificado/apenas para uso oficial”, o documento inclui uma lista de organizações com laços católicos que estão citadas na lista de grupos de ódio do grupo de defesa legal Southern Poverty Law Center (SPLC, na sigla em inglês). Algumas das organizações identificadas no documento como aderindo à “ideologia católica radical-tradicionalista” são Tradition in Action, o jornal tradicionalista católico The Remnant, as revistas Culture Wars Magazine e Fatima Crusader.

Em resposta a uma investigação da CNA na época do vazamento, o FBI disse que removeria o documento porque “ele não atende aos nossos padrões rigorosos”.

Depois da divulgação do relatório, bispos dos EUA o denunciaram como “preocupante e ofensivo”.

O Comitê Judiciário da Câmara e o Subcomitê Selecionado sobre o Aparelhamento do Governo Federal lançaram uma investigação de um mês sobre o relatório, que culminou em um relatório provisório divulgado em dezembro.

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Respondendo ao jornalista Erik Rosales em “EWTN News Nightly”, em numa entrevista divulgada na segunda-feira (22), o presidente da Câmara, Mike Johnson – membro do comitê judiciário – disse que o FBI foi “aparelhado”.

“Bem, o Congresso tem uma responsabilidade de supervisão muito importante e temos de responsabilizar as agências que ficaram fora de controle”, disse.

“Na verdade, usamos o termo aparelhado porque é exatamente isso que é. Temos agências que foram concebidas para proteger e servir o povo americano em muitos casos nos últimos anos, e a administração Biden se voltou contra elas. E é exatamente isso que os fatos mostram”, continuou.

“Para manter uma república constitucional – um governo do, pelo e para o povo – o povo tem que acreditar que o seu sistema de justiça é justo e que não está a implicar ou a discriminar as pessoas de fé. E temos que garantir que isso aconteça”, concluiu Johnson.

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