7 de dezembro de 2024 Doar
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Assaltantes invadem santuário em Portugal, comem hóstias e bebem vinho

Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Balugães | Captura de vídeo

Assaltantes invadiram o santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Balugães, freguesia de Barcelos, Portugal, na madrugada de ontem (29), comeram hóstias e beberam vinho. Os indivíduos também roubaram 500 euros e causaram danos ao templo.

O presidente da confraria de Nossa Senhora Aparecida, João Dantas, contou ao site Jornal de Notícias que os assaltantes “forçaram as janelas da sacristia” para entrar no santuário e provocaram “algum vandalismo”. “Retiraram uma coroa da imagem do altar principal e colocaram à porta da igreja. Além disso, provocaram alguma destruição no interior e até hóstias comeram e beberam vinho”, disse.

Os assaltantes também tentaram entrar na capelinha das aparições, mas não conseguiram. “Provocaram vários danos na tentativa de arrombamento, mas, felizmente, não conseguiram aceder ao seu interior”, disse Dantas.

Segundo o Correio da Manhã, a luz da igreja foi cortada por volta das 3h15, desligando o relógio e o sistema de vigilância por vídeo. Além dos 500 euros, os assaltantes levaram uma alva, três garrafas de vinho, o missal e a chave do sacrário.

O reitor do santuário, padre Dex Steve, disse ao Correio da Manhã que aspectos desse assalto lhe pareceram “muito estranhos”. “Se o objetivo fosse o roubo, tinham levado a coroa, os cálices e outros objetos valiosos, que não levaram. Levaram os 500 euros, é verdade, mas penso que foi mais um ato de vandalismo e de profanação”, disse.

O presidente da confraria disse ao Jornal de Notícias que no começo de janeiro o salão paroquial e a sede dos escuteiros já tinham sido alvo de vandalismo.

Depois desses fatos, João Dantas disse que a confraria vai implementar medidas de segurança no santuário, como um “horário noturno de permanência no local, fora do horário de culto”, para que a Guarda Nacional Republicana (GNR) “possa identificar quem por ali esteja”.

O Santuário da Aparecida

Em agosto de 1702, Nossa Senhora apareceu a um pastor chamado João Alves, que costumava guardar seu rebanho no monte de Castro de Balugães. Ele era mudo.

Naquele dia, uma tempestade assustou João, que não pôde reunir seu rebanho. Ele procurou abrigo “no desvão duma lapa existente no lugar em que o surpreendera a tempestade”, conta o site do santuário. Ali, “ao emergir de um envoltório de luz suave apareceu-lhe a Senhora”, que lhe perguntou o motivo de seu pranto. João, “que nascera mudo, desprendendo-se-lhe a fala”, respondeu que chorava de susto.

A Virgem pediu a João para falar ao seu pai, que era pedreiro, que Ela desejava que lhe fosse construída uma ermida naquele local. O pai de João “não lhe deu crédito e nem ao menos inquiriu do filho a razão daquela estranha mudança, pois vi-o agora a falar”.

No dia seguinte, o pastorinho chorava de fome no monte e novamente Nossa senhora lhe apareceu e reiterou o pedido da ermida. “A fim de o alentar e de reduzir a incredulidade daquele pai insensível, adverte que vai mudar em pedaços de pão alvíssimo as migalhas quase esgotadas do pão negro do alforge que sobraçava o esfomeado zagal e, da mesma sorte, deste pão de milagre, o forno vazio da sua casa o pai encontraria repleto a mais não caber”. E este milagre aconteceu.

O site do santuário destaca que outros milagres aconteceram, como em uma ocasião em que, em uma obra com o pai, João carregava um cântaro cheio de água quando caiu de uma ponte. Mas, nada lhe aconteceu, nem a água foi entornada.

O pai de João também percebeu “o suave aroma” que exalava do local onde a Senhora havia aparecido ao seu filho.

Segundo o santuário de Balugães, “da mudez e do infantilismo acentuado que padecia aos vinte anos”, João “ficou curado depois da aparição e tão radicalmente que foi nomeado pelo próprio arcebispo de Braga sacristão dos templos da Senhora, nos quais ajudava às missas como qualquer normal”.

“Neste ministério viveu durante oito anos, assistindo como colaborador manual à edificação das duas capelas, sobre a laje em que lhe apareceu a Senhora, e à do templo-memória, durante os três últimos anos da sua vida. Antes da cura milagrosa, chamavam-lhe João Mudo, e depois era tratado por ‘Frei João de Nossa Senhora Aparecida’”.

Atualmente, em 15 de agosto acontece uma grande peregrinação “que parte da Capela de São Bento em direção ao Santuário de Nossa Senhora”.

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