17 de dezembro de 2024 Doar
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“Apesar da perseguição, a Igreja continua viva na Nicarágua”, diz padre

Foto ilustrativa | Facebook Rosario de Hombres Perú

Apesar de o governo de Daniel Ortega liderar uma perseguição contra a fé há anos, "a Igreja continua viva na Nicarágua", disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, um padre nicaraguense.

Para o sacerdote, que preferiu manter o anonimato por motivo de segurança, "a dor continua afetando as famílias e as comunidades paroquiais por causa da expulsão de seus pastores e parentes".

Ele lamentou que "a essa dor se somem os mais de 90 presos políticos, entre eles muitos colaboradores leigos da Igreja Católica no país".

"Eles deportaram nossos pastores, congelaram o dinheiro das paróquias e dioceses, mas a Igreja na Nicarágua continua viva e caminhando", disse.

Para o padre nicaraguense, isso se deve ao fato de que "é Deus quem conduz a Igreja, com a força de seu Espírito e Maria Imaculada, que acompanha nosso povo".

Ele também enfatizou que "a Igreja não é uma ONG, nem é a oposição como o governo Ortega acredita, é algo que vai muito além".

Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, é um ex-guerrilheiro de esquerda que acumula trinta anos no poder no país, desde a revolução sandinista de 1979.

O testemunho vivo de dom Rolando Álvarez

Depois de 527 dias na prisão, o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, foi libertado e deportado para Roma junto com o bispo de Siuna, dom Isidoro Mora, e outros padres e seminaristas em 14 de janeiro.

"Da escuridão de sua cela em 'La Modelo', a prisão onde outros padres e fiéis também foram presos, dom Álvarez foi um testemunho vivo de fé e uma luz para todos os católicos na Nicarágua", disse o padre.

Ele lamentou que a perseguição ainda continue, depois da deportação dos bispos e sacerdotes. "As homilias são registradas com a ordem expressa de não rezar por dom Rolando Álvarez", contou.

O padre lembrou que, poucos dias depois da deportação de dom Rolando Álvarez, três padres da congregação dos Missionários Consagrados do Santíssimo Salvador foram sequestrados e deportados para o México.

"Os padres e bispos são silenciados. Atividades pastorais e espirituais externas com a presença em massa de fiéis, como procissões, bem como celebrações de festas de padroeiros e da Semana Santa, também são proibidas".

"No entanto, os padres continuam seu trabalho com muitas limitações, muitos deles sendo controlados dia a dia em seus programas pastorais", disse.

Essa é a realidade da Nicarágua, "que há vários anos vem sofrendo uma perseguição religiosa cada vez mais sistemática, agravada nos últimos meses pelo regime sandinista".

Mas, o padre destacou que "as pessoas não têm medo de expressar sua fé" e assegurou que, durante o tempo em que dom Rolando Álvarez esteve preso, "ele pregou dia e noite". "Seu testemunho incentivou a esperança, nos fortaleceu e fez a ditadura tremer".

A perseguição de Daniel Ortega

Em 4 de agosto de 2022, o bispo de Matagalpa e administrador apostólico da diocese de Estelí, dom Rolando Álvarez, foi detido pelo governo junto com quatro padres, um diácono, dois seminaristas e um leigo.

Todos estavam detidos na cúria diocesana da diocese de Matagalpa e foram transferidos para a capital, Manágua, na madrugada de 19 de agosto.  Os clérigos, com exceção do bispo, foram mantidos na prisão "La Modelo", enquanto dom Rolando estava em prisão domiciliar em Manágua.

Em 9 de fevereiro de 2023, o governo deportou 222 pessoas para os EUA, incluindo clérigos e leigos que tinham sido presos.

A recusa do bispo em deixar o país o levou à prisão "La Modelo" e, em 10 de fevereiro, ele foi condenado a 26 anos e 4 meses de prisão, destituído de sua nacionalidade nicaraguense e suspenso de seus direitos como cidadão pelo crime de traição, conforme relatado pelo presidente Ortega em um discurso público.

Dom Álvarez permaneceu na prisão por 527 dias até ser deportado para o Vaticano em 13 de janeiro deste ano, junto com o bispo de Siuna, dom Isidoro Mora, preso em 20 de dezembro de 2023.

Também foram deportados 15 padres de diferentes dioceses e dois seminaristas, que foram presos entre 20 e 31 de dezembro de 2023. Eles se juntam aos 12 padres também deportados para o Vaticano em 18 de outubro de 2023.

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