5 de dezembro de 2024 Doar
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Netflix tem uma série sobre os “mistérios da fé” da Igreja Católica

Netflix destaca o incêndio na Catedral de Notre Dame, na França, em 2019, no qual a Coroa de Espinhos que os soldados romanos colocaram na cabeça do Senhor quase se perdeu | Trailer de "Os Mistérios da Fé" / Netflix

Como um objeto antigo pode conectar os católicos ao sacrifício de Jesus? Por que a Igreja Católica venera e guarda esses objetos com tanto cuidado? É com essas perguntas que se desenrola "Os Mistérios da Fé", uma série da Netflix que explora a história e o significado das relíquias da Paixão do Senhor e dos santos.

Ao longo de quatro episódios, são apresentadas algumas das relíquias mais importantes para o catolicismo, devido à sua relação direta com o sacrifício redentor de Jesus: a Coroa de Espinhos, o Santo Graal e um fragmento da Santa Cruz preservado no Rio de Janeiro (RJ).

Além disso, o último episódio da minissérie enfoca a importância das relíquias dos santos, focando na camisa ensanguentada do beato Rosario Angelo Livatino, um juiz italiano assassinado em 1990 pela máfia siciliana.

Embora alguns dos estudiosos que falam sobre as relíquias questionem sua autenticidade, chamando de “lendas” as suas histórias, devidamente documentadas e verificadas pela Igreja ao longo dos séculos, também é verdade que em cada capítulo várias vozes católicas relacionadas aos objetos sagrados ganham destaque.

É o caso do prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé, cardeal Marcello Semeraro,  responsável por oficiar a cerimônia de beatificação de Rosario Livatino em 2021. No último capítulo da série, o cardeal italiano resume a intenção da Igreja em preservar e venerar as relíquias dos santos: “As relíquias nos levam a histórias de santidade. Histórias de homens e mulheres que se deixaram sustentar por Deus. Precisamos de relíquias porque, sem memórias, não teríamos esperança”, disse.

Sobre as relíquias relacionadas a Jesus, a Netflix destaca o incêndio na Catedral de Notre Dame, na França, em 2019, no qual a Coroa de Espinhos que os soldados romanos colocaram na cabeça do Senhor quase se perdeu.

A minissérie mostra imagens de 15 de abril de 2019, quando os parisienses choraram ao ver a icônica igreja em chamas. Lá, a coroa foi mantida em um local secreto para protegê-la da violência anticristã desencadeada durante a Revolução Francesa. Desde então, a relíquia só é exibida uma vez por ano, na Sexta-feira Santa, para ser venerada pelos fiéis de todo o mundo.

Os bombeiros não sabiam onde a Coroa estava guardada, e foi graças ao capelão da brigada de incêndio de Paris, o padre Jean-Marc Fournier, que a preciosa relíquia pôde ser resgatada.

Depois de alguns momentos e "para preservar as relíquias, uma equipe de bombeiros foi forçada a quebrar o relicário, infelizmente pulverizando-o", disse em uma entrevista em 2019.

"As relíquias sagradas puderam ser removidas e preservadas em um espaço seguro sob a proteção das forças da lei e da ordem, neste caso, os funcionários da prefeitura da polícia", acrescentou o padre Fournier.

Por que os católicos veneram as relíquias?

A primeira temporada de "Os Mistérios da Fé", que estreou em novembro de 2023, tem uma pontuação de audiência de 70% no site Rotten Tomatoes. Apesar das críticas majoritariamente positivas, alguns fiéis em Reddit levantaram a ressalva de que a série insinua que os católicos "adoram" relíquias.

Sobre isso, no último capítulo da minissérie, o cardeal Semeraro também resume o ensinamento da Igreja sobre imagens e objetos sagrados, referindo-se à veracidade histórica de relíquias que foram guardadas por muitos séculos: “Digamos que a autenticidade das relíquias é considerada uma questão importante, mas não é considerada absoluta. O objeto em si não é a coisa mais importante, mas a realidade que ele representa”, disse.

Desta forma, os católicos veneram as relíquias dos santos desde a antiguidade (século II), disse em 2021 à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, o guardião das relíquias e diretor do ministério Tesouros da Igreja, padre Carlos Martins.

O padre destacou que as relíquias "são objetos físicos que têm uma associação direta com os santos ou com nosso Senhor", e especificou que a palavra significa "fragmento" ou "remanescente de uma coisa".

Também esclareceu que "as relíquias não são mágicas. Elas não contêm um poder próprio, um poder separado de Deus". O padre disse que o Senhor as usa como um meio de realizar seus milagres porque "quer direcionar nossa atenção para os santos como 'modelos e intercessores'".

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