15 de dezembro de 2024 Doar
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Arcebispo adverte contra a tentação dos políticos de usarem os pobres para obter poder

Dom René Leigue Cesari. | Conferência Episcopal da Bolívia.

No primeiro domingo da Quaresma, o arcebispo de Santa Cruz, Bolívia, dom René Leigue Cesarí, falou das tentações, fazendo uma observação especial sobre os políticos.

Na homilia da missa celebrada na Basílica Menor de São Lourenço, dom Leigue disse que Jesus “foi tentado durante toda a sua vida”. No entanto, observou que “o poder de Jesus foi colocar-se a serviço da humanidade”, para curar os enfermos e ajudar as pessoas necessitadas.

“Jesus aqui nos faz compreender que as tentações estão sempre presentes”, disse. “Satanás é mau e o mal vem em diferentes formas e a qualquer momento”.

Uma das fortes tentações, considerou dom Leigue, “é o poder, o que vemos na nossa realidade, na nossa sociedade, o que vemos no nosso país: uma forte luta pelo poder”.

“Na vida de Jesus podemos ver que Ele tinha todo o poder, toda a autoridade, e O reconheceram assim, como autoridade, como o Todo-Poderoso, mas Ele nunca impôs seu poder para destruir o inimigo, Ele nunca expôs seu poder para dizer: 'Aqui quem manda sou eu e vocês obedecem'”.

“O poder de Jesus se manifestou no serviço”, disse. “O poder que se pode ter é servir, ajudar os outros”.

Ele advertiu sobre aqueles que “falam dos pobres, mas muitas vezes usam os pobres como escada, nada mais, porque por causa dos pobres muitas pessoas poderosas estão onde estão”.

Os pobres, disse o arcebispo, dão o seu apoio “para que as coisas corram bem ou melhorem a sua situação”, mas depois “se esquecem deles, só os usam”.

Dom Leigue falou depois sobre a situação da Bolívia, “um povo rico” com possibilidade de estar ao nível de outros países, mas que, no entanto, não está por causa “desta grande tentação que existe para alguns: têm a possibilidade de trabalhar para outros, mas olham para si mesmos e tomam tudo para si", lamentou.

Ele expressou o desejo de que os políticos aproveitem o tempo da Quaresma para olhar para “aquelas muitas pessoas que os apoiaram para que estejam lá, para que trabalhem por eles, não para tornarem as suas vidas impossíveis, mas para que tornem o seu caminho mais fácil”.

Por fim, disse que espera “que haja reconciliação, que haja trabalho conjunto para o bem de todos” e incentivou a não perder a esperança, a rezar por nós e pelos outros, especialmente por aqueles que mais precisam.

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