13 de dezembro de 2024 Doar
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Não investigamos pessoas, diz arcebispo sobre funeral de militante LGBT na catedral de Nova York

O arcebispo de Nova York, o cardeal Timothy Dolan. | Jonah McKeown/CNA

Os párocos da catedral de São Patrício, na cidade de Nova York, nos EUA, ficaram surpresos com a “irreverência e desrespeito” ocorridas durante o funeral de Cecilia Gentili, um homem que se identificava como mulher e ativista LGBT, em 15 de fevereiro, disse o arcebispo de Nova York, o cardeal Timothy Dolan em seus primeiros comentários públicos sobre o assunto.

“Não sabíamos o contexto. Não fazemos verificações do FBI (Escritório Federal de Investigação dos EUA, na sigla em inglês) sobre pessoas que querem ser enterradas”, disse o arcebispo, durante podcast na última terça-feira (20).

Ele disse que os funcionários da catedral tentam ser acolhedores quando alguém pede por um funeral.

“Tudo o que sabem é que alguém ligou e disse: 'Nosso querido amigo morreu. Adoraríamos fazer o funeral na catedral de São Patrício. Seria uma grande fonte de consolo. Ela é católica. Seria uma grande fonte de consolo para nós, sua família e amigos”. E, claro, o pároco da catedral disse: 'Entrem. Vocês são mais que bem-vindos' ”, disse Dolan. O cardeal Dolan cita a ligação com as pessoas se referindo à pessoa com os pronomes femininos. O ativista era um homem que se identificava como mulher.

Os párocos de São Patrício decidiram, no início do funeral, não celebrar uma missa fúnebre, mas fazer um serviço fúnebre sem missa. 

Foi a coisa certa a fazer dada a situação, disse o cardeal. 

“Aplaudo nossos padres que tomaram uma decisão rápida de que, ‘com um comportamento como este, não podemos celebrar missa. Faremos a Liturgia da Palavra, que são as leituras, o sermão, as orações de petição e o Pai Nosso, e então vamos parar com isso. A missa não vai continuar' ”, disse Dolan. “Parabéns para o pessoal da nossa catedral, que nada sabia sobre o que estava por vir.” 

Os apoiadores de Gentili exigem um pedido de desculpas da arquidiocese de Nova York pelo que descreveram como “abreviação” do funeral e pelo que chamaram de “linguagem dolorosamente desdenhosa e excludente” usada numa declaração divulgada pelo pároco da catedral depois do funeral. 

“A narrativa atual da liderança da catedral de São Patrício de que eles foram manipulados pelos organizadores do funeral quanto à identidade da sra. Gentili simplesmente não é verdade”, disse uma organização chamada Gays e Lésbicas Vivendo em uma Sociedade Transgênero em um comunicado por escrito. “Os organizadores do funeral aconselharam os funcionários da catedral a pesquisar sobre Cecilia Gentili, seu trabalho e a comunidade à qual servia. Colocar agora a responsabilidade sobre os organizadores do funeral por terem revelado afirmativamente a identidade de gênero do seu ente querido é impor um fardo aos enlutados que não seria esperado de uma pessoa não-transgênero.”

O jornal The New York Times disse que o organizador do funeral não revelou à catedral que Gentili, que morreu em 6 de fevereiro aos 52 anos, era um homem que se identificava como mulher. “Mantive isso em segredo”, disse o organizador do funeral, Ceyenne Doroshow, ao jornal.

A organização LGBT também sugeriu que os funcionários da catedral violaram a lei da Igreja. 

“Ainda sofrendo com a dor da perda de Cecília, os membros da comunidade pedem uma explicação para esta decisão que aparentemente violou a Lei Canônica Católica que rege a negação de missas fúnebres”, disse a organização. “… O serviço religioso da senhora Gentili terminou uma hora antes do previsto, negando-lhe assim a missa fúnebre completa que foi acertada”.

O porta-voz da arquidiocese de Nova York, Joseph Zwilling, disse na última terça-feira (20) à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, que a arquidiocese não tinha comentários imediatos sobre a declaração dos apoiadores de Gentili. 

Respondendo por e-mail sobre quem decidiu substituir a missa fúnebre por um serviço fúnebre mais curto, Zwilling disse que a decisão “foi tomada pelos padres da catedral depois de testemunharem o que estava acontecendo”. 

Um vídeo da cerimônia publicado online na semana passada mostra que logo depois da procissão pelo corredor, o celebrante, o padre Edward Dougherty, disse rindo ao olhar para a multidão: “Bem, bem-vindos à catedral de São Patrício. Exceto no domingo de Páscoa, não temos um público tão bem organizado, sabe?” 

Depois de um pequeno atraso, a multidão respondeu com mais de 40 segundos de palmas, pé e gritos, com gritos ocasionais de “Cecilia”. 

O vídeo do funeral mostra que durante a ovação um padre vestido de preto se aproximou de Dougherty e disse-lhe: “sem eucaristia”, seguido pelas palavras “um funeral, sem missa”. 

Desabafo no funeral

Tal como a CNA informou na semana passada, as orações dos fiéis durante o culto incluíram um apelo  para que “a comunidade de Cecília” “tenha acesso a cuidados de saúde que reafirmem a vida”, uma aparente referência à transição de gênero, sob aplausos estridentes. 

Dois dos três elogios foram críticos à doutrina da Igreja sobre a sexualidade humana. O organizador do funeral, Ceyenne Doroshow, que usava um vestido roxo, disse que Gentili “trabalhou muito para garantir que moças como eu, rapazes como você estivessem seguros, tivessem cuidados de saúde, que os trabalhadores sexuais fossem livres.” Uma ovação de pé seguiu-se à referência aos “trabalhadores sexuais”, eufemismo para prostituição. 

Um homem que fez um terceiro elogio usou várias vezes a palavra espanhola para “prostituta”. Outro homem elogiou a falecida como “Essa puta, essa grande puta, Santa Cecília, mãe de todas as putas”. Seguiram-se aplausos estridentes e uma ovação de pé. 

Na terça-feira (20), o cardeal Dolan falou sobre o funeral de Gentili cerca de cinco minutos depois de discutir alguns outros tópicos, incluindo o recente tiroteio no desfile do Super Bowl em Kansas City. Dolan mencionou que recebeu “uma nota de solidariedade” do jogador católico do time de futebol americano Kansas Chiefs, Harrison Butker, sobre o que Dolan descreveu como “a irreverência e o desrespeito” da multidão no funeral, e os elogios “muito irreverentes e desrespeitosos”. 

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O cardeal pediu aos funcionários da catedral que celebrassem uma missa de reparação depois do funeral, que o pároco, padre Enrique Salvo, disse na semana passada ter sido feita. 

“De certa forma, é redundante”, disse Dolan na terça-feira (20). “Porque cada missa é a renovação do ato de reparação infinitamente poderoso que Jesus fez na cruz, certo? Foi Ele quem fez a reparação. Não podemos fazer muito. Tudo o que podemos fazer é unir-nos a Ele na Sua cruz no Seu sagrado ato de reparação. Há uma flecha na aljava do tesouro de oração da Igreja: se um ato particularmente sacrílego ou escandaloso ocorreu numa igreja, seria bom oferecer uma missa em particular reparação por esse ato de irreverência. Então fizemos isso.” 

Salvo divulgou uma declaração por escrito no último sábado (17), dois dias depois do funeral, falando da “indignação pelo comportamento escandaloso” durante o funeral de Gentili. 

“A catedral só sabia que familiares e amigos estavam solicitando uma missa fúnebre para um católico e não tinha ideia de que nossas boas-vindas e orações seriam degradadas de forma tão sacrílega e enganosa”, disse Salvo no comunicado. 

Algumas notícias da grande mídia na semana passada saudaram o funeral como uma mudança na abordagem da Igreja Católica ao homossexualismo. Dolan expressou frustração na terça-feira com as críticas de alguns católicos ao pessoal da catedral e à sua arquidiocese. 

“Temos muitos mal-entendidos. Por que diabos nosso povo ainda acredita no que a imprensa secular relata está além da minha compreensão”, disse Dolan. 

“Nossa política na catedral é de abertura e acolhimento com qualquer pessoa que queira ser enterrada aqui. E não tínhamos absolutamente nenhuma ideia sobre isso. Mas por que as pessoas ainda pensam que a catedral fez isso de propósito? Bem, muitas pessoas sempre querem acreditar no pior. E eles não gostam de nós mais do que os manifestantes na catedral", acrescentou mais tarde. 


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