Mar 5, 2024 / 14:27 pm
A Conferência Episcopal Francesa fez ontem (4) um apelo ao jejum e à oração por causa da entrada do “direito ao aborto” na constituição da França.
A Assembleia Nacional Francesa aprovou em janeiro introduzir o “direito ao aborto” na constituição francesa, oficializando uma “liberdade garantida” de matar um bebê ainda não-nascido. O senado francês aprovou a emenda na semana passada por uma maioria esmagadora.
Uma votação conjunta das duas casas ontem (4) ultrapassou facilmente o limite constitucional necessário e oficializou a medida. O aborto de um bebê até a 14ª semana de gestação foi legalizado na França em 1975.
“Como católicos, devemos continuar a servir a vida desde a concepção até a morte, a ser artesãos do respeito por cada ser humano, que é sempre um dom dado a todos os outros, e a apoiar aqueles que escolhem manter o seu filho mesmo em circunstâncias difíceis”, disse ontem (4) a Conferência Episcopal Francesa (CEF) em comunicado.
A CEF disse que é importante “cercar aqueles que recorreram ao aborto com o nosso respeito e compaixão”.
“Rezemos para que os nossos concidadãos redescubram o gosto pela vida, por dá-la, por recebê-la, por acompanhá-la, por ter e criar filhos”.
A França é o único país do mundo a incluir a permissão do aborto na Constituição. Para a CEF, em vez disso a França “teria se honrado ao incluir a promoção dos direitos das mulheres e das crianças” na Constituição.
“De todos os países europeus, mesmo da Europa Ocidental, a França é o único onde o número de abortos não diminuiu e até aumentou nos últimos dois anos”, afirma o comunicado.
O arcebispo de Reims, dom Éric de Moulins-Beaufort, presidente da CEF, e o arcebispo de Tours, dom Vincent Jordy, vice-presidente da entidade, “transmitem de bom grado o apelo feito por vários movimentos católicos ao jejum e à oração” em resposta à medida, disse o comunicado.
Depois da medida ser aprovada pelo senado francês na semana passada, a CEF disse num comunicado que o aborto “continua a ser uma afronta à vida nos seus primórdios” e que “não pode ser visto apenas da perspectiva dos direitos das mulheres”.
“A conferência dos bispos estará vigilante no que diz respeito à liberdade de escolha dos pais que decidem, mesmo em situações difíceis, manter os seus filhos e à liberdade de consciência dos médicos e de todo o pessoal de saúde, cuja coragem e empenho são louváveis”, disse a CEF na ocasião.
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