Mar 11, 2024 / 11:30 am
Milhares de pessoas saíram às ruas de Madri, Espanha, ontem (10), para celebrar a tradicional Marcha pela Vida, que acontece todos os anos sob o lema "Sim à Vida", em um dia festivo que foi marcado por testemunhos de impacto.
"É hora de desmascarar as mentiras, os horrores, os negócios e as ideologias que sustentam a cultura da morte e assumir a responsabilidade de reparar, curar e tornar possível a cultura da vida e o verdadeiro progresso", destacaram os organizadores do evento pró-vida em seu manifesto.
Antes do início da marcha, a presidente da Federação Espanhola de Associações Pró-Vida, Alicia Latorre, disse à mídia que o objetivo da marcha é dizer "sim à vida", especialmente "nestes tempos em que há ataques especiais, não apenas por parte da lei, mas também contra aqueles que defendem a vida".
Latorre denunciou que "querem transformar atos em direitos que são objetivamente perversos e que não beneficiam ninguém. Não só tiram a vida dos nascituros ou dos doentes que estão no fim de suas vidas, mas também deixam uma marca profunda em cada pessoa que participa disso e também na sociedade".
Alguns dos manifestantes carregaram faixas com os dizeres "O aborto é um crime disfarçado de solução", "O tamanho do seu corpo não tira os seus direitos", "A vida vale desde o seu início até o seu fim natural" ou "Oração não é assédio". Um grupo de manifestantes marchou atrás de uma faixa com a frase evangélica "Bendito é o fruto do vosso ventre".
Um ato realizado no final do percurso incluiu dois testemunhos após a leitura do manifesto.
"O fato de a vida não ser fácil não a torna menos bela"
Paloma Zafrilla é irmã de Carlos, um jovem que tem 96% de deficiência. "Ele é como uma criança de seis meses. Ele tem 26 anos, mas não anda, não fala, não se comunica. Ele é exatamente como um bebê. O que ele faz é sorrir e reclamar quando algo dói", disse no início de seu discurso.
Quando ele foi diagnosticado aos sete meses, seus pais foram pressionados a não ter mais filhos "porque não sabiam como eles poderiam vir, se o diagnóstico poderia se repetir", e até lhes disseram "que era muito egoísta trazer ao mundo crianças que poderiam viver com esse infortúnio, com esse drama", disse Paloma.
“Chegaram a me dizer que, como mantínhamos Carlitos, no final, isso não era qualidade de vida. Só posso lhes garantir que não há vida melhor do que a que tenho em minha casa. E principalmente, tudo se deve ao meu irmão", acrescentou antes de admitir que a circunstância da deficiência não é fácil.
No entanto, enfatizou: "O fato de a vida não ser fácil não a torna menos bela, é claro. E, nesse caso, é o oposto. É muito mais divertida. E faz você olhar para tudo com uma perspectiva muito mais especial". Ao que o público respondeu com uma salva de palmas.
Antes de concluir seu discurso, Paloma disse que "uma vida nunca é menos vida segundo suas capacidades, porque não somos máquinas e não valemos o que produzimos".
"Meio coração que trotava como um cavalo"
Também passaram pelo palco Clara e Diego com seus três filhos. O mais novo, Felipe, foi diagnosticado na 20ª semana com uma doença cardíaca congênita, síndrome do ventrículo único hipoplásico. Seus pais foram informados de que ele não nasceria, disse a mãe.
Clara contou que, no primeiro exame de ultrassom, com seis semanas, ouviram "aquele meio coração trotando como um cavalo". Quando o diagnóstico foi conhecido, receberam "um prognóstico curto e ruim de vida, catastrófico", resumiu Clara.
Os médicos lhes perguntaram durante a gravidez se estavam preparados "porque seria uma vida bastante complicada", ao que Clara acrescentou: "Acho que todos nós podemos dizer que temos vidas complicadas, independentemente de haver doença ou não. E, neste caso, sim, foi complicado, mas cheio de alegria".
A parte mais complicada desse processo foi "que nossa capacidade como pais foi questionada" ao submeter o filho a várias cirurgias e fazer com que seus irmãos mais velhos passassem pelo sofrimento de ver o irmão doente.
No entanto, os maus presságios não se confirmaram, e a determinação dos pais de Felipe levou os médicos a unir forças. "Eles se empenharam", reconheceu Clara, a ponto de esse caso ter sido usado para realizar em 2021 o primeiro transplante de uma criança com o coração parado e incompatibilidade sanguínea com o doador.
Sobre seus filhos mais velhos, Clara diz com orgulho: "Eles estão preparados para o sofrimento, a doença e a morte que tiveram presente. Eles estão tão preparados para isso quanto para ir ao parque”.
Clara concluiu incentivando as pessoas a superar o medo que surge nessas situações. “Ele nos paralisa. Mas qualquer decisão baseada no amor, que é buscar a vida, é bem tomada. Você é uma boa mãe e é uma mãe, mesmo que seus olhos não vejam aquele exame de ultrassom porque não querem mostrá-lo a você, mesmo que seus ouvidos não escutem, você já é uma mãe".
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
Ao final da parte reivindicatória do evento, foi feita uma ultrassonografia ao vivo de um bebê de 25 semanas e, durante um minuto, escutou-se a batida do coração dele, enquanto soltaram balões ao céu.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar