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Pró-vidas marcham em Nova York apesar da chuva forte e das ofensas

Pró-vida marcham por Lower Manhattan sob forte chuva e protestos pró-aborto que exigiram uma presença policial significativa em 23 de março de 2024. | Crédito: Jeffrey Bruno.

No sábado (23), centenas de manifestantes pró-vida enfrentaram insultos e intimidações de ativistas pró-aborto durante a “Caminhada Anual Internacional do Dom da Vida” em Nova York, EUA, sob forte chuva.

Enquanto os participantes caminhavam, escoltados por um contingente policial, eram seguidos por ativistas pró-aborto que gritavam “vergonha” e insultos contra eles.

A chuva caia forte sobre o grupo, com 9 centímetros de água, mas nem a hostilidade nem o clima conseguiram abalar o ânimo deles.

“Choveu muito. Mas a alegria é incrível”, disse Jeffrey Bruno, fotojornalista católico que documentou o evento para a CNA, a agência em inglês da EWTN. Ele descreveu a experiência como “pura solidariedade e alegria”.

Dawn Eskew, presidente da Personhood Education de Nova York e uma das organizadoras da caminhada, disse à CNA que participaram entre 350 e 400 pró-vidas de todas as idades. Embora a maioria usasse jaquetas grossas ou capas de chuva de plástico, todos estavam completamente encharcados, disse um participante.

O evento começou com uma manifestação e vários testemunhos pró-vida na Foley Square, que fica no centro da cidade. Depois, os participantes percorreram uma distância de 1,6 km por áreas emblemáticas de Lower Manhattan, como o “Canyon of Heroes” na Broadway e Wall Street.

Eskew disse que desde a reversão da decisão pró-aborto Roe x Wade em 2022, esta caminhada, que acontece este ano pela oitava vez, é recebida com raiva por parte dos manifestantes contra o aborto. No ano passado, ativistas pró-aborto jogaram pilhas de lixo no caminho dos participantes, causando atrasos.

Roe x Wade foi a decisão da Suprema Corte dos EUA que, em 1973, liberou o aborto em todo o país. Em 2022, a mesma corte reverteu a decisão.

Eskew inicialmente expressou preocupação de que o comparecimento à caminhada pudesse ser baixo por causa da violência observada durante o protesto do ano passado. No entanto, agora ele acha que as pessoas devem ter-se sentido “motivadas por aqueles manifestantes”, uma vez que a caminhada deste ano teve uma participação ainda maior.

Embora tenha agradecido o aumento da presença policial e pelas grades adicionais, ele disse que isso não impediu que os manifestantes pró-aborto tentassem interromper a caminhada novamente este ano

À medida que os defensores pró-vida avançavam ao longo do caminho, entoando orações, cantando hinos e alguns tocando tambores, os ativistas pró-aborto tentavam silenciá-los batendo nas grades e gritando insultos.

O Departamento de Polícia de Nova York prendeu ao menos oito manifestantes pró-aborto durante o evento, disse à CNA um usuário das redes sociais que estava no local.

Catherine Donohoe, presidente da Pregnancy Service Network (Rede de serviços da gravidez) e uma das palestrantes do evento, estimou que cerca de 120 manifestantes pró-aborto estavam no local e disse que a caminhada foi uma boa maneira de começar a Semana Santa e participar da Paixão de Cristo.

“As pessoas gritavam obscenidades. Elas cuspiam em nós e nos amaldiçoavam. Mas Deus sempre nos disse, e são Paulo reiterou-o, que ser testemunha de Cristo nunca será fácil. Estávamos sendo obedientes ao chamado de Deus para proteger aqueles que não têm voz”, disse ela.

O aborto é legal durante toda a gravidez no Estado de Nova York.

Donohoe, cuja rede de gravidez ajuda 5 mil mulheres e crianças todos os anos, disse que eventos como a caminhada são importantes para que as pessoas saibam que existem outras opções e recursos além do aborto.

“Os políticos estão muito contra nós, mas é importante que as pessoas saibam que existem pessoas que podem ajudar”, comentou sobre o assunto.

Para muitos participantes católicos, o evento começou com a missa celebrada pelo padre Lawrence Schroedel dos Frades Franciscanos da Renovação na Paróquia de São Pedro, próximo ao One World Trade Center.

O bispo auxiliar da arquidiocese dos Serviços Militares dos EUA, dom Joseph Coffey, também participou da caminhada, dizendo à CNA que era “imperativo que todos os nova-iorquinos de boa vontade se levantassem e exigissem o reconhecimento de que, desde o momento da concepção, todos os nascituros são pessoas”.

“Como pessoas, estão plenamente investidos de todos os direitos de proteção igual sob as leis deste estado e desta grande nação”, acrescentou.

Refletindo sobre sua experiência na caminhada, Bruno escreveu na rede social X: "É fácil imaginar como é... Mas estar presente, ouvir as vaias dirigidas a você, ficar completamente encharcado pela chuva, precisar da polícia com equipamento de choque para caminhar ao seu lado para garantir sua segurança, é algo completamente diferente".

“Mas estar presente”, continuou, “é estar ao lado de quem se une na solidariedade e na fé, é ser a voz dos indefesos na praça pública e é viver o apelo a proclamar a verdade sem compromissos. É o caminho moderno para o Calvário pavimentado com sacrifícios altruístas e sofrimento, e embora o caminho para o Calvário seja longo e agonizante, em última análise leva ao que defendemos, ao que oramos, ao que buscamos: a vida”, ele concluiu.

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