Mar 30, 2024 / 20:40 pm
O papa Francisco celebrou hoje (30) à noite a missa da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro, no Vaticano, refletindo sobre a importância da Páscoa como símbolo da esperança renascida de Deus e o testamento final da vida sobre a morte.
Houve algumas preocupações na noite de ontem (29) sobre o bem-estar de Francisco depois do papa cancelar sua presença na Via Sacra de Roma no último minuto. A Sala de Imprensa da Santa Sé disse que o papa tomou a decisão de “conservar a saúde” para a longa liturgia da Vigília Pascal.
“Aqui está a Páscoa de Cristo, aqui está a força de Deus: a vitória da vida sobre a morte, o triunfo da luz sobre as trevas, o renascimento da esperança por entre os escombros do fracasso”, disse hoje (30) o papa a quase 6 mil fiéis reunidos na Basílica de São Pedro.
“Aquele que nos faz passar das trevas para a luz, que se uniu a nós para sempre e nos salva dos abismos do pecado e da morte, arrastando-nos no ímpeto luminoso do perdão e da vida eterna”, continuou o papa em sua homilia.
A liturgia iniciou-se com a Basílica de São Pedro envolta em trevas. O papa posicionou-se em frente à Porta Filarete do século XV (coberta por uma cortina branca e uma tapeçaria bordada do Cristo Ressuscitado).
O papa inscreveu uma cruz, o alfa e o ômega (as primeiras e últimas letras do alfabeto grego) no círio pascal branco, simbolizando a ressurreição de Cristo e a esperança cristã de uma nova vida Nele.
Ao caminhar pela nave central da basílica, um diácono levou o círio, fazendo uma pausa e cantando em três momentos diferentes “Lumen Christi” (Luz de Cristo, em latim), ao que a congregação respondeu “Deo Gratias” (Graças a Deus).
Esse momento foi seguido pelo canto do Exultet, ou proclamação da Páscoa, uma antiga oração que convida os fiéis a unirem-se à Igreja para celebrar a ressurreição de Cristo.
O papa Francisco iniciou sua homilia ao refletir sobre a angústia e a consternação das mulheres retratadas no Evangelho que, “anuviadas pelas lágrimas da Sexta-Feira Santa”, aproximaram-se do túmulo obstruído com uma pedra.
“Aquele maciço obstáculo intransponível era o símbolo do que as mulheres levavam no coração. Ou seja, o fim da sua esperança. Tudo se despedaçara contra ele, com o mistério sombrio de um sofrimento dramático que impedia a realização dos seus sonhos".
“Essa pedra marcou o fim da história de Jesus, agora sepultado na noite da morte. Ele, a Vida que veio ao mundo, foi morto”, continuou o papa.
Mas, observou o papa, as mulheres, ao levantar os olhos, encontraram a pedra removida, um momento que mostra “a vitória da vida sobre a morte, o triunfo da luz sobre as trevas, o renascimento da esperança entre as ruínas do fracasso”.
O papa relatou a angústia inicial e a esperança das mulheres presentes no sepulcro, observando que hoje cada um de nós “encontramos ‘maciços da morte’ ao longo do caminho em todas as experiências e situações que roubam-nos o entusiasmo e a força para avançar."
No entanto, o papa pediu aos fiéis que não sucumbissem ao desânimo, mas que, em vez disso, extraíssem esperança da ressurreição.
“A partir de então, se deixarmos Jesus tomar-nos pela mão, nenhuma experiência de fracasso e sofrimento, por mais que nos doa, poderá ter a última palavra sobre o sentido e o destino da nossa vida. A partir de então, se nos deixarmos agarrar pelo Ressuscitado, nenhuma derrota, nenhum sofrimento, nenhuma morte poderá deter o nosso caminho rumo à plenitude da vida”.
“Irmãos, irmãs, levantemos o olhar para Ele, acolhemos Jesus, o Deus da Vida, nas nossas vidas, renovemos-lhe hoje o nosso ‘Sim’ e nenhum maciço poderá sufocar-nos o coração, nenhum sepulcro poderá encerrar a alegria de viver, nenhum fracasso será capaz de nos lançar no desespero”, continuou o papa. “Irmãos e irmãs, levantemos o olhar para Ele e peçamos que a força da Sua ressurreição role para o lado as pedras que nos oprimem a alma”.
Depois de um breve momento de reflexão no final da homilia, o papa Francisco abriu o rito batismal. Ao abençoar a água e recitar publicamente os votos, o papa batizou pessoalmente oito adultos: quatro italianos, dois coreanos, um japonês e um albanês.
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