28 de outubro de 2024 Doar
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Padre mexicano fala de duas heresias sobre a ressurreição de Jesus

Mosaico da Ressurreição de Cristo na Basílica Nacional da Imaculada Conceição em Washington D.C. | Crédito: Flickr Lawrence OP (CC-BY-NC-ND-2.0)

O padre mexicano Eduardo Hayen Cuarón, diretor do jornal Presencia da diocese de Ciudad Juárez, falou nesse Tempo Pascal de 2024 sobre duas heresias a respeito da ressurreição de Cristo.

Primeira heresia: “Cristo não teve um corpo verdadeiro”

Em sua conta na rede social X, o padre disse na quinta-feira (4), que "os docetistas do primeiro século disseram que o corpo de Jesus foi uma aparição, mas não um corpo carnal de verdade".

“Se fosse esse o caso, a Paixão de Cristo [seria] uma representação teatral e nós simples crédulos que choramos diante de um ator”, disse.

Segunda heresia: “Cristo não ressuscitou”

O padre Hayan disse sobre isso que “esta é uma heresia modernista atual. Diz-se que a ressurreição foi uma onda de entusiasmo entre os seguidores de Jesus, um desejo de prolongar a causa e os ideais que ele iniciou; uma força poderosa para nos amarmos como irmãos”.

“É, no fundo, a crença da teologia da libertação e do progressismo católico”, acrescentou.

Em resposta a um comentário à sua publicação, o padre mexicano disse que a teologia da libertação “parte de uma análise marxista da realidade e desfigura Cristo, apresentando-o como mais comprometido e preocupado com as causas sociais. Reduz o conceito de pobreza a situações socioeconômicas”.

A fé da Igreja na ressurreição de Cristo

Na sua publicação, o padre mexicano disse que “Cristo teve um verdadeiro corpo com o qual sofreu e morreu por nós. Graças a isso, ele nos mostrou seu amor ao extremo e, graças ao seu sacrifício, nos deu a Redenção”.

“Mas também Cristo ressuscitou dos mortos mostrando o fruto do seu amor e da sua vitória. Os ossos de Cristo nunca serão encontrados nesta terra. Ele ressuscitou e por isso apareceu diante dos apóstolos dizendo-lhes: ‘Aqui estou, toquem-me’”.

Para concluir, o padre disse que Jesus “verdadeiramente sofreu e assim nos amou até o fim. Ele ressuscitou verdadeiramente e assim mostrou a vitória do seu amor. Afirmar a carne de Cristo antes da morte é afirmar o seu amor. Afirmar a carne de Cristo depois da sua Ressurreição é afirmar a sua vitória”.

O que a Igreja diz sobre a ressurreição de Cristo?

O número 646 do Catecismo da Igreja Católica diz que “a ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida terrena, como no caso das ressurreições que Ele tinha realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro. Esses factos eram acontecimentos milagrosos, mas as pessoas miraculadas reencontravam, pelo poder de Jesus, uma vida terrena «normal»: em dado momento, voltariam a morrer”.

“A ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. No seu corpo ressuscitado, Ele passa do estado de morte a uma outra vida, para além do tempo e do espaço. O corpo de Cristo é, na ressurreição, cheio do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado da sua glória, de tal modo que São Paulo pode dizer de Cristo que Ele é o ‘homem celeste’”, acrescenta.

O número 645 diz ainda que o corpo de Jesus ressuscitado tem “as propriedades novas dum corpo glorioso: não está situado no espaço e no tempo, mas pode, livremente, tornar-se presente onde e quando quer (568), porque a sua humanidade já não pode ser retida sobre a terra e já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai”.

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