7 de dezembro de 2024 Doar
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Nada justifica matar um ser humano, diz Conferência Episcopal Peruana sobre eutanásia

Imagem ilustrativa. | Crédito: Shutterstock.

Os membros da Comissão Permanente da Conferência Episcopal Peruana (CEP) disseram que foi violado “o direito inalienável à vida” de Ana Estrada, a primeira pessoa a morrer por eutanásia no Peru depois de uma decisão da Corte Suprema.

“Não há situação, nem qualquer elemento que justifique matar um ser humano”, disse a comissão da CEP num comunicado divulgado ontem (24).

Ana Estrada, psicóloga e ativista de 47 anos que sofria de polimiosite, doença degenerativa e incurável que enfraquece os músculos, pediu a eutanásia e morreu no domingo (21).

Embora esta prática seja ilegal e não esteja prevista na Constituição peruana, foi admitida pela Corte Suprema em 22 de julho de 2022, exclusivamente no caso de Estrada, depois de uma longa batalha jurídica iniciada em 2019.

A advogada de Estrada, Josefina Miró Quesada, confirmou em comunicado que a sua cliente morreu “de acordo com os seus próprios termos” e “de acordo com o seu conceito de dignidade”.

No entanto, a CEP, citando a recente declaração da Santa Sé Dignitas Infinita, disse que “a vida humana, mesmo em uma condição de dor, é portadora de uma dignidade que deve ser sempre respeitada, que não pode ser perdida e cujo respeito permanece incondicionado”.

“O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, possui uma dignidade intrínseca que ninguém pode negar ou desvirtuar. Esta dignidade é aprofundada pela encarnação de Cristo, que tem natureza humana e vive a experiência de ser humano”, continuou o comunicado.

“O cristianismo revela e confessa que o corpo humano é templo do Espírito Santo e, portanto, a vida é um dom de Deus recebido para cuidá-la”.

Citando novamente a Dignitas Infinita, disseram que “ajudar o suicida a matar-se é, portanto, uma ofensa objetiva contra a dignidade da pessoa que o pede, mesmo que se esteja realizando um seu desejo”.

“Devemos acompanhar até a morte, mas não provocar a morte ou ajudar qualquer forma de suicídio. A vida é um direito, não a morte, a qual precisa ser acolhida, não aplicada”, diz o documento Dignitas Infinita.

Citando as palavras do papa Francisco, a CEP disse que a eutanásia e o suicídio assistido representam “uma derrota para todos”.

Por fim, no contexto da celebração da Ressurreição de Cristo, o comunicado convida à esperança, à serenidade e ao discernimento diante das dificuldades, recordando a certeza da “ressurreição final” e a importância de manter a fé mesmo “diante das dificuldades”.

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