May 9, 2024 / 09:25 am
O papa Francisco pediu a intercessão do padroeiro da Polônia, santo Estanislau, pela paz na Ucrânia e em Israel, durante a audiência geral de ontem (8).
“Hoje vocês celebram a solenidade de santo Estanislau, bispo e mártir, padroeiro de sua pátria”, disse o papa aos peregrinos poloneses na praça de São Pedro, no Vaticano.
“São João Paulo II escreveu sobre ele, que do alto dos céus participou dos sofrimentos e das esperanças da sua nação, apoiando a sua sobrevivência especialmente durante a Segunda Guerra Mundial”, continuou Francisco.
“Possa a intercessão de Santo Estanislau obter ainda hoje o dom da paz na Europa e no mundo inteiro, especialmente na Ucrânia e no Oriente Médio”, rezou Francisco.
Qual é a relação da Polônia com essas guerras?
Isso ocorre num momento em que as guerras na Ucrânia e em Israel continuam a arrastar-se, atualmente sem fim à vista. Com ambas as guerras decorrendo em áreas altamente povoadas, os civis, incluindo crianças, sofrem com bombardeios, ataques de drones e fome.
No entanto, o povo polonês tem sido fundamental para levar ajuda humanitária ao povo da Ucrânia, bem como para ajudar a alimentar, vestir e abrigar os quase 20 milhões de refugiados ucranianos que cruzaram a fronteira polonesa desde o início da guerra.
Francisco já elogiou a Polônia como um exemplo de caridade em resposta às tragédias por seus esforços para ajudar o povo ucraniano.
“Vocês foram os primeiros a apoiar a Ucrânia, ao abrir as suas fronteiras, os seus corações e as portas das suas casas aos ucranianos que fugiram da guerra. Vocês oferecem generosamente a eles tudo o que necessitam para que possam viver com dignidade, apesar do drama do momento atual. Sou profundamente grato a vocês e os abençoo de coração!”, disse o papa aos peregrinos poloneses na audiência geral de 2 de março de 2022.
Por que santo Estanislau?
A Polônia, um país conhecido pelo seu fervor religioso (85% da população é católica romana), tem uma profunda devoção a santo Estanislau.
Santo Estanislau nasceu como Stanislaus Szczepanowski perto de Cracóvia em 1030. Depois da morte de seus pais, Estanislau doou sua riqueza aos pobres e tornou-se padre.
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Como sacerdote e depois bispo de Cracóvia, Estanislau tornou-se conhecido como um vigoroso pregador contra a imoralidade em todos os níveis da sociedade. Ele foi um dos primeiros propagadores da fé na Polônia, encorajando o rei polonês Boleslau a estabelecer mais mosteiros em todo o país.
Ele provocou a ira de Boleslau por manifestar-se contra sua imoralidade sexual e a crueldade ocasional com seu povo. Diz-se que o rei enfurecido matou pessoalmente Estanislau enquanto ele celebrava a missa. Estanislau foi proclamado mártir e canonizado em 1253, tornando-se o primeiro polonês nativo a ser santificado.
Antes de tornar-se papa, o então arcebispo Karol Wojtyla ocupou a “sé de Estanislau” como chefe da arquidiocese de Cracóvia. São João Paulo II elogiou Estanislau frequentemente e saudou-o como um “campeão da verdadeira liberdade” e um santo para “tempos turbulentos”.
“Existe um profundo vínculo espiritual entre a figura deste grande Padroeiro da Polônia e numerosos santos e beatos, que deram um grande contributo de bem e de santidade à história da nossa Pátria”, escreveu João Paulo II.
“No alvorecer da nossa história, Deus, Pai dos povos e das nações, manifestou-nos, por meio deste santo Padroeiro, que a ordem moral, o respeito da Lei de Deus e dos justos direitos de cada homem, é a condição fundamental da existência e do desenvolvimento de cada sociedade”, escreveu o papa são João Paulo II em carta à arquidiocese de Cracóvia e à Igreja na Polônia no 750° aniversário da canonização de santo Estanislau em 8 de maio de 2003.
Hoje, Estanislau continua a ser uma inspiração de bravura na busca dos direitos humanos e do serviço a Deus. Seu túmulo na basílica arquicatedral de Santo Estanislau e São Venceslau em Cracóvia, é um local de peregrinação popular e um símbolo da identidade polonesa.
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